Diagnósticos de enfermagem prevalentes em potenciais doadores de órgãos em morte encefálica

Abstract

Introdução: Os transplantes de órgãos oriundos de doadores em morte encefálica são a maioria. Assim, o processo de doação de órgãos compreende um procedimento complexo. Dentre as causas para não efetivação do transplante destacam-se problemas na manutenção do potencial doador. A aplicação do Processo de Enfermagem auxilia na sistematização do cuidado. Neste contexto, é importante o uso de diagnósticos de enfermagem (DEs) acurados para um plano de cuidados mais efetivo. Objetivo: Identificar os DEs prevalentes em potenciais doadores de órgãos em morte encefálica. Método: Estudo descritivo, quantitativo e transversal. A amostra do estudo foi 145 prontuários de potenciais doadores de órgãos de dois hospitais de grande porte do sul do Brasil do período de 2012 a 2018. A coleta de dados foi realizada retrospectivamente nos prontuários. Utilizou-se estatística descritiva para análise dos dados. O estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições. Resultados: Em relação a caracterização da amostra, 56,6% (n=82) eram do sexo feminino com média de idade de 50,8 anos (desvio padrão de 16,8). Dos 24 DEs identificados, os mais prevalentes foram: Ventilação Espontânea Prejudicada com 96,5% (n=140), Risco de Infecção com 89,6% (n=130), Déficit no Autocuidado com 78,6% (n=114), Risco de Choque com 77,9% (n=113), Eliminação Urinária Prejudicada com 77,9% (n=113), Termorregulação Ineficaz com 77,9% (n=113) e Risco de Glicemia Instável com 77,2% (n=112). Conclusão: Os achados deste estudo contribuem para a prática, o ensino e a pesquisa em enfermagem. Na prática contribui para a acurácia diagnóstica e consequentemente no melhor direcionamento de intervenções focadas na manutenção do potencial doador, para alcançar os melhores resultados relacionados à doação de órgãos e aos transplantes. No ensino e na pesquisa contribui para a construção de conhecimento a cerca da temática da manutenção do potencial doador.

Introduction: Organ transplants from donors in brain death are the majority. Thus, the organ donation process comprises a complex procedure. Among the reasons for not carrying out the transplantation, problems in maintaining the potential donor stand out. The application of the Nursing Process helps to systematize the caution. In this context, it is important to use an accurate nursing diagnosis (ND) for a more effective care plan. Objective: To identify the NDs prevalent in potential organ donors in brain death. Method: Descriptive, quantitative and cross-sectional study. The study sample was 145 records of potential organ donors from two large sized hospitals of southern Brazil from 2012 to 2018. Data collection was performed retrospectively on medical records. Descriptive statistics were used for data analysis. The study was approved by the Institutional Research Ethics Committees. Results: In relation to sample characterization, 56,6% (n=82) were female with a mean age of 50,8 years (standard deviation of 16,8). Of the 24 NDs identified, the most prevalent were: Impaired Spontaneous Ventilation with 96,5% (n=140), Risk of Infection with 89,6% (n=130), Deficit in Self-Care with 78,6% (n=114), Risk of Shock with 77,9% (n=113), Urinary Elimination Impaired with 77,9% (n=113), Ineffective Thermoregulation with 77,9% (n=113) and Risk of Unstable Glucose with 77,2% (n=112). Conclusion: The findings of this study contribute to the practice, teaching and research in nursing. In practice, it contributes to the diagnostic accuracy and consequently in the better targeting of interventions focused on maintenance of the potential donor, to achieve the best results related to organ donation and transplants. In teaching and research, contributes to the construction of knowledge on the topic of maintenance of the potential donor.