Diálogos com a arte contemporânea: a exposição sob o viés museológico

Abstract

A presente monografia propõe refletir sobre como a perspectiva curatorial da Museologia pode otimizar e beneficiar a comunicação da arte contemporânea frente ao público leigo. Para isso, iniciou-se uma discussão a respeito do conceito de curadoria para o campo da Museologia e para o campo das Artes, através de levantamento bibliográfico. A exposição objeto de análise foi a Áspera Melodia: Carlos Asp, 70 anos, que ocorreu na Pinacoteca Ruben Berta, em Porto Alegre, de 19 de março a 17 de junho de 2019. Para identificar o público e compreender como se dá a recepção da exposição foi elaborado e aplicado um questionário quanti-qualitativo, como técnica de coleta de dados. O questionário levou em consideração o nível de escolarização, a frequência dos indivíduos em exposições de arte contemporânea e sua compreensão diante das narrativas propostas, além de observar a autonomia do visitante na exposição. Os dados analisados foram dialogados com a bibliografia teórica, de forma crítico-reflexiva, tencionando a perspectiva em que exposições de arte contemporânea são projetadas diante do público não familiarizado, considerando outros elementos expográficos de caráter informacionais. A partir da análise, conclui-se que os elementos secundários de informação podem auxiliar na compreensão da mensagem proposta, pois atuam como elementos que contextualizam mais claramente a narrativa para o visitante leigo. Também foi percebido que, conforme se eleva a assiduidade em espaços artísticos e culturais, a apreensão dos códigos e significados da arte é proporcionalmente ampliada, aumentando o repertório e atribuindo maior autonomia aos diferentes tipos de público na exposição. Por fim, através das respostas analisadas foi possível identificar que, tanto para o público considerado especialista na temática da exposição, como para o público considerado leigo, algumas lacunas comunicacionais ainda estão presentes na narrativa expográfica, o que resultou na reflexão sobre formas que possam auxiliar no diálogo da arte contemporânea com os diferentes tipos de públicos que visitam esses espaços culturais, tensionando a ausência destes elementos em ambientes que comunicam arte contemporânea.

This monography reflects on how the curatorial perspective of Museology can optimize and benefit from the communication of contemporary art to the lay public. To this end, the discussion started on the concept of curatorship for the field of Museology and the field of Arts, through the bibliographic analysis. The exhibition under analysis was Áspera Melodia: Carlos Asp, 70 years, which took place at the Pinacoteca Ruben Berta in Porto Alegre from March 19 to June 17, 2019. To identify the public and understand how it gives the reception of the exhibition was elaborated and applied a quantitative and qualitative questionnaire, as a data collection technique. The questionnaire considered the level of schooling, the frequency of exposure in contemporary art exhibitions and their understanding of the applied narratives, as well as the visitor's autonomy in the exhibition. The data analyzed were dialogued with a theoretical-critical, reflexive bibliography, directing the perspective to contemporary art exhibitions and designed for the unfamiliar public, considering other informational expographic elements. From the analysis, it is concluded that the secondary elements of information help in understanding the proposed message, as they acts as elements that more clearly contextualize the proposal for the lay visitor. It was also noticed that, as the attendence artistic and cultural spaces increases, the individuals' apprehension of codes and meanings of art is proportionally broadened, increasing the repertoire and giving greater autonomy to the diferente types of public in the exhibition. Finally, through the analyzed answers it was possible to identify that, both for the public considered as specialist in the theme of the exhibition, as for the public considered lay, some communicational gaps are still present in the expographic narrative, resulting in a reflection on ways that can assist in the dialogue of contemporary art with the different types of audiences who visit these cultural spaces, stressing the absence of these elements in environments that communicate contemporary art.