As Resistências do quilombo dos Alpes : uma análise a partir da territorialização de três gerações de mulheres

Abstract

Este trabalho analisa as práticas e experiências a partir da memória de três gerações de mulheres territorializadas no Quilombo dos Alpes (Porto Alegre, Brasil). Buscou-se responder as inquietações sobre afirmação territorial da presença quilombola, como as trazidas pelos conceitos de corpo-território, territorialidade e direito à cidade, a fim de enaltecer a discussão de retomada do território a partir das lutas da comunidade. Para responder os objetivos realizou-se a análise de discurso de três narrativas em forma de áudio, uma de Edwirges Garcia, uma de Jane Ellias (filha de Edwirges) e outra de Rosangela Ellias com participação de Karina Ellias (netas de Edwirges). A metodologia empregada foi a de análise qualitativa, com a formação das categorias de História do Território e o Corpo-Território; Retomada do Território e Direito à Cidade. Foram realizadas discussões sobre segregação espacial, territorialidades físicas e simbólicas e justiça social; levando à conclusão de que o corpo-território deve ser compreendido como o concreto dentro do simbólico (e vice-versa), onde o sujeito é dotado de ações que moldam o espaço pelas suas territorialidades intrínsecas permitindo também que a territorialidade do espaço o construa como cidadão.

Este trabajo analiza las prácticas y experiencias con base en las memorias de tres generaciones de mujeres territorializadas en el Quilombo dos Alpes (Porto Alegre, Brasil). Se busca responder las inquietaciones acerca de la afirmación territorial de la presencia quilombola, como las presentes en los conceptos de cuerpo-territorio, territorialidad y derecho a la ciudad, para alabar la discusión sobre la retomada del territorio a partir de las luchas de la comunidad. Para responder a los objetivos, se ha realizado un análisis del discurso de tres narrativas contadas en audio, una de Edwirges Garcia, una de Jane Ellias (hija de Edwirges) y otra de Rosangela Ellias con participación de Karina Ellias (nietas de Edwirges). La metodología utilizada fue la de análisis cualitativo, con la formación de las categorías Historia del Territorio y Cuerpo-Territorio; Reconquista del Territorio y Derecho a la Ciudad. Se sostuvieron discusiones sobre segregación espacial, territorialidades físicas y simbólicas y justicia social; llevando a la conclusión de que el cuerpo-território debe ser comprendido como el concreto dentro de lo simbólico (y viceversa), donde el sujeto está dotado de acciones que dan forma al espacio por sus territorialidades intrínsecas, al mismo tiempo en que la territorialidad del espacio lo construye como ciudadano.