Avaliação da força muscular e das propriedades morfológicas de membros inferiores em pacientes que realizam hemodiálise

Abstract

Introdução: A redução da massa muscular em pacientes que realizam hemodiálise (HD) está fortemente associada com perda de força, principalmente em musculaturas antigravitacionais dos membros inferiores. Além disso, a combinação da baixa mobilidade com os efeitos colaterais da HD podem levar a um aumento na morbidade. Objetivo: Comparar a força muscular, a área de secção transversa (AST) e o estresse máximo dos tendões patelar e de Aquiles entre pacientes dialíticos e indivíduos saudáveis. Metodologia: Participaram do estudo 17 pacientes e 17 indivíduos saudáveis. A avaliação da força muscular foi realizada através de uma célula de carga, já para a medição das propriedades morfológicas dos tendões foi utilizado um aparelho de ultrassonografia. Resultados: Para a força muscular foi observado menor valor médio no grupo dos pacientes quando comparados ao grupo controle (Extensores de joelho: pacientes = 26,01 ± 8,25; controle = 40,17 ± 8,36, p<0,001) (Flexores plantares: paciente = 10,78 ± 2,49; controle = 17,78 ± 3,17, p<0,001). Não houve diferença significativa entre os grupos para ambos os tendões (p>0,05). Ao avaliar o estresse máximo dos tendões os pacientes demonstraram valor significativamente menor em relação ao grupo controle em ambos os tendões (Tendão patelar: paciente = 0,85±0,22; controle = 0,54±0,19, p<0,001) (Aquiles: paciente = 0,28±0,09; controle = 0,44±0,10, p<0,001). Conclusões: Pacientes que realizam hemodiálise possuem menor capacidade de gerar força máxima nos extensores de joelho e nos flexores plantares do tornozelo em relação a sujeitos saudáveis. Além disso, possuem espessuras tendíneas similares, porém menor capacidade de gerar estresse no tendão patelar e no tendão de Aquiles em relação a sujeitos saudáveis.

Introduction: The reduction of muscle mass in patients undergoing hemodialysis (HD) is strongly associated with loss of strength, especially in antigravitational muscles of the lower limbs. In addition, the combination of low mobility and the side effects of HD may lead to an increase in morbidity. Objective: To compare muscle strength, cross-sectional area (CSA) and maximum stress of the patellar and Achilles tendons between dialytic patients and healthy individuals. Methodology: 17 patients and 17 healthy subjects participated in the study. The evaluation of the muscular strength was performed through a load cell, and for the measurement of the morphological properties of the tendons an ultrasound device was used. Results: For the muscular strength, a lower mean value was observed in the group of patients when compared to the control group (knee extensors: patients = 26.01 ± 8.25, control = 40.17 ± 8.36, p <0.001) (Plantar flexors: patient = 10.78 ± 2.49, control = 17.78 ± 3.17, p <0.001). There was no significant difference between groups for both tendons (p> 0.05). When assessing the maximum tendon stress, the patients showed a significantly lower value in relation to the control group in both tendons (patellar tendon: patient = 0.85 ± 0.22, control = 0.54 ± 0.19, p <0.001) (Achilles: patient = 0.28 ± 0.09, control = 0.44 ± 0.10, p <0.001). Conclusions: Patients undergoing hemodialysis have a lower capacity to generate maximal force in knee extensors and in the ankle flexor muscles in relation to healthy subjects. In addition, they have similar tendon thicknesses, but less capacity to generate stress in the patellar tendon and in the Achilles tendon in relation to healthy subjects.