Uso de aplicativos para dispositivos móveis no controle da asma : uma revisão sistemática da literatura

Abstract

A asma é uma doença inflamatória crônica comum das vias aéreas inferiores. Por fazer parte da rotina, os celulares e os aplicativos (apps) na área da saúde podem ser aliados no cuidado e controle da doença. Apesar de numerosos apps voltados para o assunto, há escassez de estudos que avaliem suas funcionalidades. Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo avaliar, por meio de revisão sistemática da literatura, a influência dos apps de dispositivos móveis para pacientes asmáticos no que diz respeito ao controle da doença. Para isso, uma busca sistemática foi realizada nas principais bases de dados, utilizando as palavras ―asthma‖ e ―apps‖ ou ―asthma‖ e ―mobile apps‖, em busca de estudos clínicos randomizados (ECRs) com crianças e/ou adultos com asma em tratamento ambulatorial, que utilizam apps nos sistemas Android e/ou iOS em comparação ao tratamento usual e sem uso de apps para manejo da doença, publicados nos últimos 5 anos. Foi definido como desfecho primário a taxa de controle da asma, e como desfechos secundários o número de visitas às emergências, número de hospitalizações e adesão ao tratamento farmacológico. Um total de 4 ECRs (n=415) se encaixaram nos critérios de inclusão. Todos os estudos utilizaram aplicativos, tendo como funções comuns o registro do tratamento usual, e o plano de tratamento definido entre equipe de saúde e o paciente. Os resultados dos estudos mostram um aumento no controle da asma quando há a utilização de apps específicos para este fim, redução do número de visitas à emergência e de internações. Somente dois estudos avaliaram a adesão ao tratamento farmacológico, apresentando um aumento na adesão com o uso do da ferramenta não-convencional. Apesar dos resultados positivos, a falta de evidências de alta qualidade dificulta uma análise conclusiva sobre o papel destas tecnologias como parte do tratamento dos doentes com asma. Mais estudos são necessários para que se aumente o grau de certeza na eficácia desses recursos e se possa fazer recomendações embasadas em um alto grau de evidência científica para a sua adoção na assistência.

Asthma is a common chronic inflammatory disease of the lower airways. Being part of the routine, cell phones and applications (apps) in the health area can be allies in the care and control of the disease. Despite numerous apps aimed at the subject, there is a shortage of studies that evaluate its functionalities. Thus, the present study aims to evaluate, through a systematic review of the literature, the influence of mobile device applications for asthmatic patients with regard to disease control. To do this, a systematic search was performed in the main databases, using the words "asthma" and "apps" or "asthma" and "mobile apps", in search of randomized clinical trials (RCTs) with children and / or adults with asthma patients on outpatient treatment who use apps on Android and / or iOS systems compared to the usual and non-use of disease management apps published in the last 5 years. Asthma control rate was defined as primary outcome, and as secondary outcomes were the number of visits to emergencies, number of hospitalizations and adherence to pharmacological treatment. A total of 4 RCTs (n = 415) met the inclusion criteria. All the studies used applications, having as common functions the record of the usual treatment, and the treatment plan defined between the health team and the patient. The results of the studies show an increase in asthma control when specific applications are used for this purpose, reducing the number of emergency visits and hospitalizations. Only two studies evaluated adherence to pharmacological treatment, showing an increase in adherence with the use of non-conventional tool. Despite the positive results, the lack of high-quality evidence makes it difficult to conclusively analyze the role of these technologies as part of the treatment of patients with asthma. More studies are needed to increase the degree of certainty in the efficacy of these resources and to make recommendations based on a high degree of scientific evidence for their adoption in care.