Consumo alimentar de acordo com o nível de processamento dos alimentos : uma comparação entre indivíduos fisicamente ativos e sedentários

Abstract

Introdução: Os alimentos ultraprocessados possuem elevada e crescente contribuição na dieta dos indivíduos e seus riscos à saúde têm sido alvo de diversos estudos. Objetivo: Comparar o consumo alimentar de acordo com o nível de processamento dos alimentos entre indivíduos ativos e sedentários. Métodos: Estudo transversal realizado com 59 adultos fisicamente ativos e sedentários. Foram incluídos no grupo de ativos aqueles que praticassem mais de 150 min/semana de exercício regular nos últimos três meses. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um recordatório de 24h. Os alimentos consumidos foram classificados em processados e ultraprocessados, e calculada a contribuição desses na dieta. A comparação entre os grupos das variáveis contínuas foi realizada com teste t de Student e Mann-Whitney. Foi adotado como significância estatística o valor de p< 0,05. Resultados: Encontrou-se diferença significativa na contribuição dos alimentos processados para as kcal totais de cada macronutriente. As médias de contribuição foram: carboidratos 2,62% e 16,69% (p=0,005); proteínas 3,3% e 6,4% (p=0,047); lipídeos 5,63% e 11,24% (p=0,038) para indivíduos ativos e sedentários, respectivamente. Não houve diferença na contribuição calórica de macronutrientes provenientes dos ultraprocessados. Entre os alimentos ultraprocessados consumidos pelos ativos, destacam-se aqueles com maior apelo à saúde, como suplementos, barrinhas de cereais, farinhas integrais, iogurte, queijos processados, peito de peru. Ao passo que, refrigerantes e frituras estiveram presentes apenas no grupo dos sedentários. Conclusão: Os achados mostram elevado consumo de alimentos ultraprocessados em ambos os grupos, e que entre os ativos esses alimentos possuíam maior apelo à saúde.

Introduction: Ultra-processed foods have a high and increasing contribution to individuals’ diet and their health risks have been the object of several studies. Objective: To compare the food consumption according to the extent of food processing between physically active and inactive individuals. Methods: Cross-sectional study was conducted with 59 active and inactive adults. In the active group were included those who practiced more than 150 min/ week of regular exercise in the last 3 months. Food consumption was assessed by means of a 24-hour recall. Total energy and macronutrients were calculated. The consumed foods were classified as processed and ultra-processed and their diet contributions were calculated. The comparison between groups of continuous variables with normal distribution was performed with Student's t-test and Mann-Whitney. The value of p<0.05 was adopted as statistical significance. Results: There was a significant difference in the processed foods’ contribution to the total kcal of each macronutrient. The contribution averages were: carbohydrates 2.62% and 16.69% (p = 0.005); 3.3% and 6.4% proteins (p = 0.047); lipids 5.63% and 11.24% (p = 0.038) for active and sedentary individuals, respectively. There was no difference in the caloric contribution of macronutrients from the ultraprocessed ones. Among the ultraprocessed foods consumed by the actives, we can highlight the ones with the greatest health appeal, such as supplements, cereal bars, whole flours, yogurt, processed cheeses, turkey breast. Whereas, soft drinks and fried foods were only present in the inactive group. Conclusions: The findings show high consumption of ultraprocessed foods in both groups, and among the active group these foods had higher health appeal.