"Women's rights are human rights" : a doutrina Hillary e o empoderamento feminino nas relações internacionais

Abstract

O presente trabalho busca analisar como a pauta de empoderamento feminino se insere na estratégia de política externa a partir da análise da Doutrina Hillary - nome dado ao conjunto de práticas e políticas adotadas por Hillary Clinton em seu mandato como Secretária de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), de 2009 a 2013. Dessa forma, a pesquisa contempla a política externa americana, considerando as mudanças no cenário internacional e o crescente interesse pelas questões de direitos das meninas e mulheres. A partir deste contexto, analisam-se as ideias e os valores que sustentam a Doutrina Hillary, bem como sua confluência com a agenda de diplomacia dos EUA, considerando-se os interesses americanos de política externa e os interesses pessoais de Hillary Clinton. Investiga-se, a partir de quatro casos paradigmáticos, a implementação da doutrina e, para além deles, seu legado. Assim, percebe-se que a aplicação dos princípios é seletiva, de acordo com os interesses das partes, porém, independentemente da seletividade há externalidades positivas.

This paper seeks to analyze how women's empowerment agenda is inserted in the foreign policy strategy, from the analysis of the Hillary Doctrine - name given to the set of practices and policies adopted by Clinton in its mandate as Secretary of State, from 2009 to 2013. Therefore, the research contemplates the American foreign policy, considering the changes in the international scenario and the growing interest on the theme of women's rights. From this context, this paper analyzes the ideas and principles that constitute the Hillary Doctrine, as well as its confluence with US diplomacy agenda, considering American foreign policy interests and Clinton's own personal interests. Four paradigmatic cases are investigated to understand the implementation of the doctrine and, beyond them, its legacy. Thus, it is perceived that application of the Doctrine is selective, according to the interests of the parties, but regardless of the selectivity, there are positive externalities.