Análise da microdureza e do conteúdo mineral e orgânico de dentes de animais e humanos

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar a microdureza, conteúdo mineral e orgânica do esmalte e da dentina, de dentes animais e humanos. Os dentes foram divididos conforme sua espécie (humanos, bovinos, e ovinos), em 7 grupos (n=5): Govino: ovino, Gbov12m: bovino – 12 meses, Gbov24m: bovino - 24 meses, Gbov36m: bovino - 36 meses, Gbov48m: bovino - 48 meses, Gbov+60m: bovino - +60 meses e Ghumano (controle): incisivos humanos. Após a extração, as coroas dentárias foram cortadas no longo eixo do dente, resultando em duas metades: mesial e distal, e no sentido vestíbulo-lingual, resultando em 3 partes: terço incisal, terço médio e terço cervical. A análise de microdureza Knoop em esmalte (superficial e profundo) e em dentina (superficial, média e profunda), foi obtida por meio da média de três endentações em esmalte e nove em dentina, distantes 100 μm entre si. A determinação dos picos de Fosfato/Carbonato e amida foi feita pela Microscopia Raman vibracional, nos mesmos locais em que foram analisadas a microdureza knoop. A microdureza do esmalte humano foi superior a das demais espécies estudadas A microdureza do tecido dentinário foi similar entre os grupos. O grupo ovino apresentou valores inferiores na taxa Fosfato/Carbonato da dentina quando comparado ao grupo controle. O colágeno representado pela ligação da amida na dentina foi semelhante entre os grupos bovino e humano. A microdureza e a taxa Fosfato/Carbonato do esmalte e dentina, respectivamente, foram diminuindo com o aumento da idade dos dentes bovinos. Sugere-se que ocorre uma perda mineral com o passar dos anos, resultando na diminuição da microdureza dos dentes bovinos. O grupo que apresentou maior similaridade ao humano foi o bovino – 24 meses. Baseado nos resultados deste estudo, não é recomendada a substituição do esmalte humano por esmalte bovino ou ovino em estudos de translação. A dentina de dentes bovinos de 12 e 24 meses de idade apresentam semelhança com a dentina humana.

The aim of this study was to evaluate microhardness, mineral and organic amount of enamel and dentin from animal and human teeth. The teeth were divided according to their kind (human, bovine and ovine), in 7 groups (n=5): ): Govino: ovine, Gbov12m: bovine – 12 months, Gbov24m: bovine - 24 months, Gbov36m: bovine - 36 months, Gbov48m: bovine - 48 months, Gbov+60m: bovine - +60 months e Ghumano (control): human incisors. After extraction, dental crowns were cut in the long axis of the tooth, resulting in two halves: mesial and distal, and buccal/lingual, resulting in 3 parts: incisal third, middle third and cervical third. The Knoop microhardness analysis on enamel (superficial and deep) and on dentine (superficial, middle and deep) was obtained after three indentations in enamel and nine in dentin, 100 μm of distance from each other. Determination of the calcium/phosphate and amide peaks were made by Raman spectroscopy at the same location of Knoop microhardness analysis. Microhardness of human enamel was higher than other species studied. Microhardness of the dentin tissue was similar between groups. The ovine group showed lower values of Phosphate/Carbonate rate of dentin compared to control group. Collagen represented by amide bond dentin was similar in bovine and human groups. Microhardness and Phosphate/Carbonate rate of enamel and dentin, respectively, decreased with older age of bovines. Mineral loss over the years is suggested due to the decrease of microhardness of bovine teeth. The group with the highest similarity to the human was the Bovine-24 months. Based on the results of this study, enamel from bovine or ovine teeth should not be used to replace human teeth in translational studies. Dentin of Bovine-12 and 24 months are similar to human dentin.