Avaliação do potencial erosivo de chás comercialmente disponíveis

Abstract

O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial erosivo dos chás comercialmente disponíveis. O estudo foi dividido em duas etapas. Na primeira etapa foram avaliados os valores de pH e titrabilidade ácida de 12 chás prontos para beber, 6 chás em saquinho e 1 erva mate comercializada na região metropolitana de Porto Alegre. Na segunda etapa, foi feito desafio erosivo in vitro com blocos de esmalte e dentina humanos com um chá pronto para beber e uma água mineral sem gás (controle). A dureza superficial dos blocos foi avaliada antes e depois dos desafios erosivos. A porcentagem de perda de dureza superficial (%PDS) foi submetida ao test t de Student. As concentrações de flúor, cálcio e fosfato também foram analisadas. Os valores de pH encontrados variaram de 2,89 à 4,03 para os chás prontos para beber e de 6,75 à 7,89 para os chás em saquinho, havendo um diferença significativa entre os dois grupos (p< 0,05). Os chás em saquinho e a erva mate não foram submetidos à análise de titrabilidade ácida, pois seus pH eram neutros. O valor da titrabilidade dos chás prontos para beber variou de 3,77mL a 12,68 mL. Em relação à perda de dureza superficial, houve uma diferença significativa entre o chá pronto para beber e a água mineral tanto para esmalte quanto para dentina. A concentração de cálcio foi maior na água mineral do que no chá pronto para beber. Entretanto, em relação ao fluoreto e ao fosfato, foram encontradas maiores concentrações no chá pronto para beber. A partir do presente estudo conclui-se que os chás prontos para beber podem apresentar potencial erosivo em esmalte e dentina.

The aim of this study was analyze the erosive potential of commercially available teas. The study was divided in two phases. In the first phase were analyzed the pH and titratable acidity values of 12 ready to drink tea, 6 brewed tea and 1 yerba mate sold in the Porto Alegre metropolitan area. In the second phase it was made an erosive challenge in vitro with human enamel and dentin specimens with one commercial ready to drink tea and one bottled mineral water (control). Specimen’s superficial hardness was analyzed before and after the erosive challenge. The percentage of superficial hardness loss (%SHL) was submitted to Student t test. Fluoride, calcium and phosphate concentrations were also analyzed. The pH value ranged between 2.89 and 4.03 for ready to drink teas and from 6.75 to 7.89 for brewed teas, there is a significant difference among the two groups (p< 0.05). Brewed teas and yerba mate weren’t submitted to titratable acidity analysis because their pH was neutral. The titratable acidity of ready to drink teas ranged from 3.77mL to 12.68mL. On relation to superficial hardness loss, there was a significant difference between the commercial ready to drink tea and the mineral water for enamel and dentin. Calcium concentration was greater in the mineral water than commercial ready to drink tea. However on relation to phosphate and fluoride were observed superior concentrations on commercial ready to drink tea. It’s concluded from the present study that commercial ready to drink teas could have erosive potential on enamel and dentin