Cuidadores informais de idosos após acidente vascular cerebral : perfil, atividades de cuidado e dificuldades enfrentadas

Abstract

Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma síndrome neurológica com alta incidência na população idosa e uma das principais causas de morbimortalidade e sequelas incapacitantes. Muitas famílias, frente a isso, assumem o papel de cuidador informal destes idosos dependentes após AVC, sem preparo e suporte necessários para prestar o cuidado no domicílio. O presente estudo integra uma investigação maior com cuidadores informais de idosos dependentes por AVC, tendo como questão de pesquisa: “Qual o perfil sociodemográfico, atividades de cuidado, e dificuldades enfrentadas por cuidadores informais de idosos dependentes após AVC?”. Objetivos: Caracterizar cuidadores informais de idosos dependentes após Acidente Vascular Cerebral (AVC) quanto a variáveis sociodemográficas; Descrever as atividades realizadas e as dificuldades enfrentadas na prestação de cuidados a idosos dependentes após AVC. Métodos: Estudo transversal, descritivo, com dados secundários. Amostra de 30 cuidadores informais de idosos dependentes por AVC em acompanhamento no Ambulatório de Neurovascular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). No período de maio a agosto de 2017. Utilizaram-se: instrumento de dados sociodemográficos; Escala de Capacidades do Cuidador Informal de Idosos Dependentes por AVC (ECCIID-AVC) Os dados foram analisados pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21.0. As variáveis quantitativas foram expressas como média e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil, de acordo com a normalidade. As variáveis categóricas foram expressas como frequências absolutas ou frequências relativas. O estudo primário foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA (CEP/HCPA), nº 160580. Resultados: Predomínio do sexo feminino (83,3%), idade média de 53,1 anos, casados (66,7%), com 10,1 anos de escolaridade. As principais atividades realizadas eram cuidados com medicações e vestir/despir. As atividades nas quais os cuidadores demonstraram mais dificuldades foram transferência e posicionamento do idoso, relacionado a realizar a atividade com postura inadequada. Conclusão: O perfil dos cuidadores foi semelhante a outros estudos sobre cuidadores informais. O número de atividades realizadas pelos mesmos é grande, e o preparo ainda é restrito. Através destes achados, é possível direcionar intervenções de enfermagem frente às necessidades específicas destes cuidadores. Projetos formais de apoio ao idoso e aos cuidadores precisam ser implementados.