Aptidão física relacionada à saúde de crianças e adolescentes brasileiros

Abstract

Introdução: Estudos recentes têm demonstrado associação entre a agregação dos fatores de risco à saúde (sobrepeso/obesidade, baixos níveis de aptidões cardiorrespiratória e musculoesquelética) com o risco precoce do desenvolvimento de doenças. Deste modo, este trabalho objetivou descrever a ocorrência da agregação dos indicadores de risco à saúde cardiometabólica e musculoesquelética em escolares brasileiros. Métodos: Estudo de caráter transversal constituído por 10.333 crianças e adolescentes brasileiras. Todas as avaliações foram realizadas pelos professores de educação física das escolas brasileiras. A aptidão física foi avaliada pelos professores de educação física de acordo com a bateria de teste do PROESP-Br: força/resistência abdominal, flexibilidade, aptidão cardiorrespiratória e IMC, categorizadas em zona de risco e saudável. A agregação dos fatores de risco foi calculada através da soma dos riscos cardiometabólicos (IMC+Aptidão Cardiometabólica) e musculoesqueléticos (ABD+FLEX), e após, descritos em três categorias cada: risco IMC, risco aptidão cardiorrespiratória e risco agregado (saúde cardiometabólica), risco flexibilidade, risco força abdominal e risco agregado (saúde musculoesquelética) Resultados: No ano de 2008/09, 9,9% jovens brasileiros apresentaram agregação dos indicadores à saúde cardiometabólica (baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória e sobrepeso/obesidade) e 10% risco agregado dos indicadores musculoesquelético (baixos níveis de flexibilidade e força/resistência abdominal). Enquanto em 2013/14, os valores dos indicadores de risco foram, respectivamente 20,7% e 13,2%. Observou-se um aumento significativo no percentual de agregação, tanto para saúde cardiometabólica, quanto para musculoesquelética entre os anos. Conclusão: Dentre a elevada ocorrência de baixos níveis de aptidão física à saúde dos escolares brasileiros nossos resultados evidenciam a ocorrência de 15% com mais de um risco à saúde. Dados que apontam um risco de desenvolvimento precoce de doenças musculoesqueléticas e cardiometabólicas.

Introduction: Recent studies have demonstrated an association between risks of health (overweight / obesity, low levels of cardiorespiratory and musculoskeletal fitness) and risk of developing diseases. Thus, this study aimed to describe an occurrence of the aggregation of risk indicators for cardiometabolic and musculoskeletal health in Brazilian students. Methods: A cross-sectional study of 10,333 Brazilian children and adolescents. All evaluations were carried out by physical education teachers from Brazilian schools. Physical fitness was evaluated by physical education teachers according to the PROESP-Br test battery: abdominal strength / endurance, flexibility, cardiorespiratory fitness and BMI, categorized as risk zone and healthy. The aggregation of risk factors was calculated through the sum of cardiometabolic risks (BMI + Cardiometabolic Fitness) and musculoskeletal (ABS + FLEX), and after, described in three categories each: BMI risk, cardiorespiratory fitness risk and aggregate risk (cardiometabolic health), Risk flexibility, abdominal strength risk and aggregate risk (musculoskeletal health) Results: In the year 2008/09, 9.9% of the Brazilian youngsters presented aggregation of the indicators for cardiometabolic health (low levels of cardiorespiratory fitness and overweight / obesity) and 10% of the aggregate risk of musculoskeletal indicators (low levels of flexibility and strength / resistance abdominal). While in 2013/14, the values of the risk indicators were respectively 20.7% and 13.2%. There was a significant increase in the percentage of aggregation for both cardiometabolic and musculoskeletal health between the years. Conclusion: Among the high occurrence of low levels of physical fitness for Brazilian schoolchildren, our studies show an occurrence of 15% with more than one health risk. Data indicating a risk of early development of musculoskeletal and cardiometabolic diseases.