Resíduos de pescado: produção de biodiesel e extração de colágeno produção de biodiesel e extração de colágeno

Abstract

A aquicultura existe há milhares de anos, porém, nas últimas cinco décadas o crescimento da produção de pescados foi maior que o crescimento da população, entre as razões para isso foi a mudança nos hábitos alimentares. Entretanto, o aumento da produção de pescados também gerou um aumento na produção de resíduos líquidos e sólidos. Apesar de a natureza ser capaz de degradar parte dos resíduos e evitar parcialmente o impacto ambiental provocados pelos mesmos, quando estes resíduos estão em quantidades muito grandes a assimilação natural não é suficiente. O aproveitamento médio do pescado é de 50% e o resto normalmente é descartado como resíduo. Transformar esses resíduos em produtos com valor agregado é a base para o desenvolvimento sustentável do mundo moderno, além de evitar problemas ambientais. As vísceras, escamas e os ossos podem ser utilizados para a fabricação de farinhas, silagens e óleos de peixe. A carne residual da filetagem é utilizada para a obtenção de polpa de peixe, ingrediente utilizado na fabricação de empanados e embutidos. O óleo de peixe pode ser extraído durante a produção de farinha de peixe, sendo ambos muito utilizados na fabricação de rações como complementos energético e protéico, respectivamente. A silagem de peixe é um subproduto recente no Brasil e possivelmente uma fonte proteica para rações. O biodiesel pode ser obtido a partir do óleo de pescado e outras gorduras animais e vegetais, e é considerado um excelente substituto para o óleo de diesel, possuindo diversas vantagens no seu consumo e produção. A extração de colágeno de peixes tem se mostrado uma solução para alguns problemas encontrados na indústria química e farmacêutica. Todas as pesquisas indicam que a utilização dos resíduos é uma forma de aumentar os lucros tanto de pequenos produtores quanto de grandes empresas, além de evitar danos ambientais.

Aquaculture has existed for thousand years, however, in the past five decades, the growth of the fish production was higher than the population growth, among the reasons for this was the change in eating habits. However, increasing the fish production also resulted in an increase in the production of liquid and solid fish waste. Although nature can be able to degrade the residues and to partially avoid the environmental impact caused by them, when these residues are in very large quantities the natural assimilation is not enough. The average fish yield is 50% and the rest is usually discarded as waste. Transform this waste into value-added products is the basis for sustainable development of the modern world, in addition to avoiding environmental problems. Viscera, bones and scales can be used for the manufacture of flours, silage and fish oils. The residual meat is used to obtain minced fish, an ingredient employed in the production of sausages and nuggets. Fish oil can be extracted during the fishmeal production, both are widely used in the production of animal food as an energy and protein supplements, respectively. Fish silage is a recent byproduct in Brazil and a possibly protein source for animal feed. Biodiesel can be obtained from fish oil and other vegetable and animal fats, and is considered an excellent substitute for diesel oil, having several advantages in their use and production. Fish collagen extraction has proven to be a solution to some problems encountered in the chemical and pharmaceutical industry. Studies indicate that the use of waste is a way to increase the profits of both smaller producers and major companies in addition to avoiding environmental damage.