Padrões de deslocamento e uso de habitat da baleia franca austral, Eubalaena australis (Desmoulins, 1822), na região do Porto de Imbituba, Santa Catarina, Brasil, durante a temporada reprodutiva de 2013
Fecha
2014Autor
Co-director
Nivel académico
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Tipo
Resumo
A baleia franca austral, Eubalaena australis (Desmoulins, 1822), foi alvo de intensa exploração comercial em diversos locais ao longo do hemisfério sul, sendo que, no Brasil, existem registros datando desde o período colonial até o ano de 1973. Apesar de a caça comercial de cetáceos ser, hoje em dia, proibida no Brasil, e estas atividades não representarem mais um risco potencial à conservação desta espécie, a baleia franca austral ainda encontra-se na Lista Oficial Brasileira de Espécies Ameaç ...
A baleia franca austral, Eubalaena australis (Desmoulins, 1822), foi alvo de intensa exploração comercial em diversos locais ao longo do hemisfério sul, sendo que, no Brasil, existem registros datando desde o período colonial até o ano de 1973. Apesar de a caça comercial de cetáceos ser, hoje em dia, proibida no Brasil, e estas atividades não representarem mais um risco potencial à conservação desta espécie, a baleia franca austral ainda encontra-se na Lista Oficial Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção, na categoria “Em Perigo” segundo o ICMBIO, e, enfrenta, nos dias atuais, uma série de fatores que podem prejudicar sua sobrevivência e sucesso reprodutivo. Dentre eles podemos citar alguns exemplos como a perda e degradação do habitat, poluição, emalhe em artefatos de pesca e colisões com embarcações. O presente trabalho tem como objetivos avaliar os padrões de deslocamento e uso de habitat da baleia franca austral, Eubalaena australis, na região do Porto de Imbituba, Santa Catarina, Brasil, durante a temporada reprodutiva de 2013. Foram selecionados 20 grupos de baleias, os quais tiveram seus percursos acompanhados, e, suas sucessivas posições obtidas a partir do uso de um teodolito digital, integrado a um computador. As velocidades médias e taxas de reorientação foram calculadas para cada um dos grupos selecionados, e, para cada posição obtida, atribuiu-se um estado comportamental, sendo possíveis seis diferentes categorias: natação (TRAV), brincadeiras (PLAY), descanso (REST), socialização (SOC), cópula (MAT) e comportamento variado (MIX). Os grupos de baleias foram discriminados de acordo com sua composição, sendo que 13 grupos eram compostos por pares de fêmeas e filhotes, e, sete grupos eram compostos apenas por indivíduos adultos. As velocidades médias apresentadas por grupos de adultos (mediana = 1,464 km/h) não diferiram significativamente dos valores apresentados por pares de fêmeas com filhotes (mediana = 1,218 km/h) (P = 1,000). As taxas de reorientação média, expressas em graus, apresentadas por grupos de adultos (média = 78,349), diferiram significativamente dos valores apresentados por pares de fêmeas com filhotes (média = 60,210). Grupos de adultos apresentaram uma predominância nas posições marcadas, atribuídas ao estado comportamental de socialização (SOC = 70,8%), enquanto nos pares de fêmeas com filhotes observou-se uma distribuição equilibrada entre os estados de natação (TRAV = 44,7%) e brincadeiras (PLAY = 38,26%). Foram geradas imagens que ilustram as posições obtidas para os grupos de baleias avaliados, e, também, para navios que tiveram seus percursos acompanhados ao trafegarem em movimentação de entrada ou saída do Porto de Imbituba. A sobreposição destas posições ilustra a dinâmica de ocupação de área por parte das baleias, em relação às rotas utilizadas pelos navios. Estudos como este representam importantes ferramentas para uma melhor compreensão da movimentação e uso de habitat das baleias franca na região do Porto de Imbituba, e servem como subsídio para propostas de manejo na área, a fim de evitar a colisão entre as embarcações e estes animais. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Bacharelado.
Colecciones
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