Transição energética no Rio Grande do Sul : análise da matriz elétrica do estado a partir da assinatura do Protocolo de Quioto (1997-2024)

Abstract

O presente trabalho analisa a transição energética no estado do Rio Grande do Sul, com foco no setor elétrico, desde a assinatura do Protocolo de Quioto em 1997 até 2024. A pesquisa busca descrever as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) na matriz elétrica estadual, examinar as políticas públicas voltadas para a transição energética e sugerir caminhos para acelerar o processo de descarbonização. A pesquisa segue uma abordagem quali-quantitativa, utilizando levantamento bibliográfico e pesquisa documental, com análise de políticas públicas, dados técnicos e relatórios oficiais. Os resultados evidenciam que, apesar de avanços na diversificação da matriz elétrica com fontes renováveis, como energia eólica, solar e biomassa, persiste uma dependência histórica do carvão mineral, responsável por significativas emissões de GEEs. Observa-se também que políticas públicas estaduais apresentam contradições, como a continuidade de subsídios para termelétricas a carvão, enquanto se promove a expansão de fontes de baixo carbono. Adicionalmente, o estudo destaca desafios técnicos e econômicos, como a intermitência das fontes renováveis, a defasagem nas redes de transmissão e a necessidade de tecnologias avançadas de armazenamento de energia. No aspecto socioeconômico, identificou-se que a dependência econômica de algumas regiões do estado em relação à indústria carbonífera exige políticas específicas para garantir uma transição energética justa, com foco na requalificação profissional e na diversificação econômica local. A pesquisa conclui que o Rio Grande do Sul possui potencial significativo para liderar a transição energética no Brasil, mas necessita de políticas mais robustas, investimentos direcionados e uma governança mais integrada para alinhar-se efetivamente às metas de redução de emissões de GEEs estabelecidas internacionalmente.