Situação atual do ensino de odontogeriatria nas faculdades Brasileiras

Abstract

Existem parâmetros internacionais para o ensino de Odontogeriatria propostos tanto na Europa quanto na América do Norte, contudo, não há informações sobre a situação atual desse ensino no Brasil. O objetivo deste estudo foi conhecer a situação do ensino em Odontogeriatria nas faculdades de odontologia brasileiras por meio da aplicação de um questionário desenvolvido pelo Colégio Europeu de Gerontologia. METODOLOGIA: As instituições de ensino de odontologia foram contatadas e apresentadas ao projeto de pesquisa. Às que responderam e enviaram o TCLE, receberam, via email, um hiperlink para o questionário composto de 54 questões. Os dados foram coletados automaticamente no software Excel e posteriormente analisados com o auxílio do software SPSS v. 21, com análises de frequências e qui-quadrado. RESULTADOS: Das 405 faculdades de odontologia contatadas, 53 responderam ao questionário, portanto, a taxa de resposta foi de 13%, sendo que destas, 28% eram escolas públicas e 72% privadas. Entre os respondentes, verificou-se que 38% dos cursos de odontologia não oferecem a disciplina de odontogeriatria na graduação. Das 38 escolas privadas, duas oferecem como disciplina obrigatória e nas 15 escolas públicas, quatro oferecem como disciplina obrigatória. 76% da faculdades oferecem apenas o ensino teórico, e das que oferecem atendimento clínico, quase a totalidade não fazem atividades extramuros. CONCLUSÃO: Há pouca ênfase na oferta de odontogeriatria na graduação principalmente como uma disciplina obrigatória além da pouca prática clínica. Isso se acentua ainda mais no ensino privado. Acreditamos que a obrigatoriedade desse ensino na graduação, a presença do componente clínico junto juntamente com o teórico e um forte investimento público na valorização do idoso, resultará em um maior qualidade do ensino de odontogeriatria e, consequentemente, um número maior de profissionais com competências em odontogeriatria para suprir a demanda crescente desse cuidado.

There are international parameters for the teaching of Geriatric Dentistry proposed both in Europe and in North America, however, there is no information on the current situation of this teaching in Brazil. The objective of this study was to evaulate the teaching situation in Geriatric Dentistry in Brazilian Faculties of Dentistry through the application of a questionnaire developed by the European College of Gerodontology. METHODOLOGY: Faculties of Dentistry were contacted and presented to the research project. Those who answered and sent the informed consent form received, via email, a hyperlink to the questionnaire composed of 54 questions. The data were collected automatically in the Excel software and later analyzed with the use of software SPSS v.21, with frequency and chi-square analyzes. RESULTS: Of the 405 dental schools contacted, 53 responded to the questionnaire, therefore, the response rate was 13%, of which 28% were public schools and 72% private. Among respondents, it was found that 38% of Faculties do not offer the discipline of Dental Geriatrics at graduation. Of the 38 private schools, two offer it as a mandatory subject and in the 15 public schools, four offer it as a mandatory subject. 76%of the colleges offer only theoretical teaching, and of those that offer clinical care, almost all do not do extramural activities. CONCLUSION: There is little emphasis on the delivering of Dental Geriatrics in undergraduate courses, mainly as a mandatory discipline, besides little clinical practice. This is even more so in private education. We believe that the mandatory nature of this teaching at graduation, the presence of the clinical component together with the theoretical and a strong public investment in the recognition of elderly rights and needs, will result in a higher quality of teaching in Dental Geriatrics and, consequently, a greater number of professionals with skills in Geriatric Dentistry to meet the growing demand for this care.