Potência de vida e necropolítica : relações de vida e morte no contexto das juventudes nas periferias
Fecha
2020Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
As vivências de trabalho como psicóloga nas áreas das políticas públicas e direitos humanos me convocaram a refletir sobre os movimentos despotencializantes que capturam e assujeitam as juventudes, sobretudo aquelas que se encontram em contextos reconhecidos como vulneráveis. Parto dessas inquietações para interrogar quais possibilidades de vida se fazem presentes em meio a tantos movimentos de morte. Quais resistências são possíveis para os jovens moradores das periferias, frente à necropolíti ...
As vivências de trabalho como psicóloga nas áreas das políticas públicas e direitos humanos me convocaram a refletir sobre os movimentos despotencializantes que capturam e assujeitam as juventudes, sobretudo aquelas que se encontram em contextos reconhecidos como vulneráveis. Parto dessas inquietações para interrogar quais possibilidades de vida se fazem presentes em meio a tantos movimentos de morte. Quais resistências são possíveis para os jovens moradores das periferias, frente à necropolítica que configura o que pode ser caracterizado como um genocídio da população jovem e negra nas periferias? Assim, buscou-se problematizar o modo como o Estado vem se ocupando das questões de violência que envolvem as juventudes e a atuação das políticas públicas nesse cenário. Os conceitos de necropolítica, de Achille Mbembe e vidas precárias, de Judith Butler, foram utilizados para a discussão. Utilizou-se a metodologia biografemática para a produção de narrativas ficcionais, construídas a partir de memórias, registros e materiais midiáticos para visibilizar os movimentos singulares empreendidos pelos jovens como modos de enfrentamento e subversão às práticas estatais que despotencializam suas vidas. Verificou-se que a política de morte apresenta diversas nuances que se atualizam de acordo com o momento histórico e os interesses envolvidos. Em contrapartida, temos nesse cenário a potência dos jovens que empreendem lutas cotidianas e silenciosas, pequenos atos de subversão que permitem sua sobrevivência, apesar de tudo. Observou-se também que neste contexto, sofrimento e resistência estabelecem uma relação muito próxima e que em grande parte os movimentos de enfrentamento às condições de vulnerabilidade e precariedade encontrados pelos jovens decorrem de ações individuais, uma vez que as políticas públicas direcionadas às juventudes frequentemente acabam atuando na perspectiva da individualização da violência, desinvestindo nas suas potencialidades. ...
Abstract
The experiences of working as a psychologist in the areas of public policies and human rights have called me to reflect on the depotentializing movements that capture and subject young people, especially those who are in contexts recognized as vulnerable. I start from these concerns to ask what possibilities of life are present in the midst of so many movements of death. What resistance is possible for young people living in the peripheries, in the face of the necropolitics that configure what ...
The experiences of working as a psychologist in the areas of public policies and human rights have called me to reflect on the depotentializing movements that capture and subject young people, especially those who are in contexts recognized as vulnerable. I start from these concerns to ask what possibilities of life are present in the midst of so many movements of death. What resistance is possible for young people living in the peripheries, in the face of the necropolitics that configure what can be characterized as a genocide of the young and black population in the peripheries? Thus, we sought to problematize the way in which the State has been dealing with issues of violence involving youth and the performance of public policies in this scenario. The concepts of necropolitics, by Achille Mbembe and precarious lives, by Judith Butler, were used for the discussion. The biographical methodology was used to produce fictional narratives, built from memories, records and media materials to make the singular movements undertaken by young people visible as ways of coping and subversion to state practices that depotentialize their lives. It was found that the death policy has several nuances that are updated according to the historical moment and the interests involved. On the other hand, in this scenario we have the power of young people who undertake daily and silent struggles, small acts of subversion that allow their survival, despite everything. It was also observed that in this context, suffering and resistance establish a very close relationship and that in large part the movements to confront the conditions of vulnerability and precariousness found by young people result from individual actions, since public policies directed at youths often end acting in the perspective of the individualization of violence, divesting in its potentialities. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.
Colecciones
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Ciencias Humanas (7479)
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