Perspectivas para a justiça penal internacional : revisitando Kant e Durkheim
Visualizar/abrir
Data
2015Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Outro título
Prospects for international criminal justice : revisiting Kant and Durkheim
Des perspectives pour la justice pénale internationale : revisitant Kant et Durkheim
Assunto
Resumo
O presente trabalho analisa a evolução da criminalidade a partir de um pressuposto sociológico durkheimiano, segundo o qual a criminalidade é perene, bem como a partir da filosofia política de Immanuel Kant, no sentido de que as transgressões humanas colaboram para a evolução da humanidade. Essa assertiva é aqui vista como uma contingência que ao longo da história foi se impondo ao Estado-nação, de forma a lhe determinar a perda gradativa do monopólio do direito de punir, impulsionado pela evol ...
O presente trabalho analisa a evolução da criminalidade a partir de um pressuposto sociológico durkheimiano, segundo o qual a criminalidade é perene, bem como a partir da filosofia política de Immanuel Kant, no sentido de que as transgressões humanas colaboram para a evolução da humanidade. Essa assertiva é aqui vista como uma contingência que ao longo da história foi se impondo ao Estado-nação, de forma a lhe determinar a perda gradativa do monopólio do direito de punir, impulsionado pela evolução de uma criminalidade não mais restrita às suas fronteiras territoriais. Sob esse aspecto, dois fenômenos podem ser observados: a transnacionalização dos delitos e a prática de crimes internacionais. De um lado, serviu a transnacionalização como propulsora à aproximação dos Estados nacionais com a finalidade de aperfeiçoarem suas relações pela via da cooperação penal internacional, permitindo, com isso, uma aproximação ao ideal kantiano de jus gentium. De outro lado, o cometimento cada vez mais frequente de graves violações de direitos humanos dentro desses Estados nacionais determinou a compreensão no sentido de que uma categoria diversa de delitos tomava lugar, e que os bens jurídicos lesados, pelo seu caráter de metavalor, pertenciam não apenas à vítima ou ao Estado, mas à toda humanidade, aspecto hábil a conferir competência e legitimidade para seu julgamento a uma Corte Internacional, gérmen de uma jurisdição internacional penal de caráter permanente, rumo à proposição kantiana no sentido de que a humanidade encontrase em constante evolução, destinada à edificação de uma ordem cosmopolita, por ele denominada jus cosmopolicticum. ...
Abstract
The following research analyzes the criminality’s evolution from a point of view of Émile Durkheim, according to which the crime is perennial, as well as from the political philosophy of Immanuel Kant, in the sense that the human transgressions collaborate in the evolution of humanity. This statement is seen here as a contingency that was being imposed to the nation-state during the story, determining his gradual loss of the monopoly of the right to punish, boosted by the evolution of a crime n ...
The following research analyzes the criminality’s evolution from a point of view of Émile Durkheim, according to which the crime is perennial, as well as from the political philosophy of Immanuel Kant, in the sense that the human transgressions collaborate in the evolution of humanity. This statement is seen here as a contingency that was being imposed to the nation-state during the story, determining his gradual loss of the monopoly of the right to punish, boosted by the evolution of a crime no more restricted to the territorial limits of this State. In this respect, two events may be observed : the globalization of crimes and the practice of international crimes. On the one hand, the globalization promoted the approach of the States, in order to enhance their relations by the international criminal cooperation, allowing an approach to the Kantian ideal of jus gentium. On the other hand, the commission increasingly frequent of serious human rights violations led to understanding the existence of a different class of crimes, and that its violated legal interests, for their important character, belonged not only to the victim or to the State, but also to all mankind. This aspect would be able to confer jurisdiction and legitimacy of the trial of such crimes at an International Court, seed of an international criminal jurisdiction of a permanent nature, towards Kantian proposition in the sense that humanity is evolving, building a cosmopolitan order, which he named jus cosmopoliticum. ...
Résumé
Cette étude analyse l'évolution de la criminalité d’auprès une hypothèse sociologique durkheimienne, selon lequel la criminalité est constante, bien aussi d’auprès de l’oeuvre de Immanuel Kant, notamment de sa philosophie politique, dans le sens que les transgressions de l'homme sont importants pour l'évolution de l'humanité. Cette affirmation est vue ici comme une éventualitée qui a été imposée à l’État-nation, tout au long de l'histoire, en déterminant à celle-ci la perte progressive du monop ...
Cette étude analyse l'évolution de la criminalité d’auprès une hypothèse sociologique durkheimienne, selon lequel la criminalité est constante, bien aussi d’auprès de l’oeuvre de Immanuel Kant, notamment de sa philosophie politique, dans le sens que les transgressions de l'homme sont importants pour l'évolution de l'humanité. Cette affirmation est vue ici comme une éventualitée qui a été imposée à l’État-nation, tout au long de l'histoire, en déterminant à celle-ci la perte progressive du monopole du droit de punir, comme conséquence de l'évolution d'une telle criminalité qui ne se limite plus aux frontières territoriales d’État. À cet égard, deux phénomènes peuvent être observés: la transnationalisation de la criminalité et la commission de crimes internationaux. D'un côté, la transnationalisation a promu le rapprochement des États nationaux en vue de renforcer leurs relations grâce à la coopération pénale internationale, permettant, ainsi, une approximation à l’idéal kantien de jus gentium. D'autre part, la commission de plus en plus fréquentes de graves violations des droits de l'homme au sein de ces États a démontré l'existence d'une catégorie diverse d'infractions et que la morale lésée par ce metavalor n’appartenaient pas seulement à la victime ou à l'État, mais à toute l'humanité. Ce dernier aspect a permis l’attribution de compétence et légitimité à leur jugement par une Cour Internationale, qui est le germe d'une juridiction pénale internationale permanente, vers la proposition formulée par Kant, dont le but principal est de comprendre que l'humanité évolue jusqu’à la construction d'un ordre cosmopolite, qu'il a appelé jus cosmopolicticum. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Direito. Programa de Pós-Graduação em Direito.
Coleções
-
Ciências Sociais Aplicadas (5937)Direito (767)
Este item está licenciado na Creative Commons License