Olhares que se cruzam : os muitos outros no filme Santiago
Visualizar/abrir
Data
2015Tipo
Outro título
Crossing gazes : the various others in the movie Santiago
Resumo
Este trabalho está inserido em uma pesquisa que investiga os modos através dos quais jovens estudantes de Pedagogia e Comunicação da Grande Porto Alegre experimentam e se relacionam com a imagem cinematográfi ca. Este estudo propõe um recorte específi co em seus dados e base teórica: indagar de que forma a narrativa cinematográfi ca nos coloca na presença do outro. Temos como ponto de partida o documentário Santiago, de João Moreira Salles, e os dados empíricos da pesquisa, compostos por entrev ...
Este trabalho está inserido em uma pesquisa que investiga os modos através dos quais jovens estudantes de Pedagogia e Comunicação da Grande Porto Alegre experimentam e se relacionam com a imagem cinematográfi ca. Este estudo propõe um recorte específi co em seus dados e base teórica: indagar de que forma a narrativa cinematográfi ca nos coloca na presença do outro. Temos como ponto de partida o documentário Santiago, de João Moreira Salles, e os dados empíricos da pesquisa, compostos por entrevistas individuais com estudantes sobre sua relação com a imagem, e produções textuais de alunos sobre a experiência com fi lmes específi cos trabalhados em sala de aula. Nesse percurso, entenderemos, junto com Didi-Huberman, que a imagem supõe uma cisão do ato de ver, que faz com que aquilo que olhamos nos olhe também. No fi lme escolhido, esses olhares se multiplicam: há um cruzamento de olhares dentro de Santiago, entre cineasta e entrevistado, patrão e mordomo, cineasta e material bruto; e esses olhares encontram e refl etem, ainda, o olhar do espectador. Esses vários outros podem abrir questionamentos em relação à imagem e ao pensamento nela presente. Afi nal, a imagem cinematográfi ca, segundo Badiou, é uma espécie de matéria-prima através da qual o cinema “pensa”; ela traz à tona, também, a experiência radical do outro. Segundo Carlos Skliar, essa irrupção do outro nos devolve nosso próprio “ser outro”. No entrelaçamento desses conceitos e dos dados empíricos a respeito da experiência dos jovens com a imagem, que narram transformações de si resultantes desse contato, buscamos pensar também o cinema como formação ético-estética, partindo das refl exões de Michel Foucault acerca do cuidado consigo como prática ética de liberdade. ...
Abstract
This work is part of a research that investigates the ways in which students of Education and Communication in Greater Porto Alegre experience and relate to the fi lm image. This study proposes a specifi c focus on its data and theoretical basis: investigating how fi lm narrative puts us in the presence of the other. Our starting points are the documentary Santiago, by João Moreira Salles, and the empirical research data, composed of individual interviews with students about their relation with ...
This work is part of a research that investigates the ways in which students of Education and Communication in Greater Porto Alegre experience and relate to the fi lm image. This study proposes a specifi c focus on its data and theoretical basis: investigating how fi lm narrative puts us in the presence of the other. Our starting points are the documentary Santiago, by João Moreira Salles, and the empirical research data, composed of individual interviews with students about their relation with image and textual productions on their experience with specifi c movies worked in the classroom. We understand, along with Didi-Huberman, that the image assumes a split of the act of seeing, in which what we look at looks back at us. In this movie, these looks are multiplied: there is a crossing of gazes within Santiago, between fi lmmaker and interviewee, employer and steward, director and raw materials; and all these gazes also meet and refl ect the viewer’s gaze. These various others may open questions regarding image and the thought it presents. After all, the fi lm image, according to Badiou, is a kind of raw material through which the cinema “thinks”; it also brings out the radical experience of the other. According to Carlos Skliar, this outburst of the other gives us back our own “being other”. In the intertwining of these concepts and empirical data on young people’s experience of image, in which they narrate self-transformation as a result of this contact, we try to think cinema also as a form of ethical and aesthetic education, starting from Michel Foucault’s refl ections about care for the self as an ethical practice of freedom. ...
Contido em
Verso & reverso : revista da comunicação. São Leopoldo. Vol. 29n. ,N. 71 (maio/ago. 2015), p. 63-79
Origem
Nacional
Coleções
-
Artigos de Periódicos (39042)Ciências Humanas (6664)
Este item está licenciado na Creative Commons License