Interconexões entre a complexidade e o fazer docente : formação continuada e tecnologias digitais em educação a distância

Abstract

O presente estudo partiu do interesse de identificar quais são as ações necessárias, em um ambiente virtual de ensino e de aprendizagem, para capacitar um professor de arte a fim de que ele possa ser entendido como um sujeito complexo. Observando a atual sociedade e este aluno digital (homo zappiens) que se apresenta, o professor contemporâneo tem que atender necessidades, referentes a conteúdo e métodos, que vão além da própria estrutura curricular vigente. O ensino tradicional não consegue, pela sua estrutura linear, abarcar tais elementos de maneira coerente. Encontra-se no paradigma da complexidade, base teórica para desenvolver estes processos, o espaço para mudança, e podemos vinculá-la à inovação, criatividade, transdisciplinaridade, flexibilidade. A complexidade, sob o aspecto da formação, indica não simplesmente buscar respostas, mas também perceber os novos desafios que surgem. Um ser-professor aberto a uma perspectiva dialógica na busca de autonomia dentro do seu fazer docente. Para tal, a pesquisa traz o paradigma da complexidade e o sujeito complexo, descritos por Morin, e conceitos de Bakhtin, fazendo interlocuções com a arte, tecnologia e educação. Considerando o pensamento complexo e o ser-professor que nesse mundo transita, este estudo faz referência aos campos: metacognição, resiliência, autonomia, subjetivação, criatividade, transdisciplinaridade, afetividade, cooperação e flexibilidade. A metodologia é de caráter qualitativo, com levantamento bibliográfico e pesquisa-ação. Foi analisado o material produzido através do curso a distância oferecido para professores de arte atuantes na rede pública de ensino, pertencentes à região sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Pretende-se que os resultados obtidos sirvam como aliados dos professores de arte que atuam na educação básica, para que estes se reconheçam e atuem como sujeitos complexos e enriqueçam suas práticas com o auxilio das tecnologias digitais.

This study starts with the interest in identifying necessary actions in a virtual learning and teaching environment to enable arts teachers to be understood as Complex subjects. By observing the current digital society and its typical student (Homo Zappiens), a teacher has to meet contemporary needs regarding content and methods going beyond current the curricular structure itself. Due to traditional teaching’s linear structure, teachers face challenges to encompass such elements coherently. The Complexity Paradigm lays the theoretical basis for developing processes, space for change as well as links to innovation, creativity, transdisciplinarity and flexibility. Complexity, in terms of teacher education, implies not only seeking answers but also realizing the challenges which arise: a teacher-being open to a dialogical perspective in the search for autonomy within his/her teaching. This research brings the Paradigm of Complexity and the Complex subject described by Morin and adds to Bakhtin’s concepts to establish connections with the fields of art, technology and education. It also refers to concepts such as metacognition, resilience, autonomy, subjectivity, creativity, transdisciplinarity, affection, cooperation and flexibility. It adopts a qualitative approach encompassing literature review and action research design. Materials for analyses came from an online arts course to public schools’ arts teachers working in the southern part of Brazil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina and Paraná). It is expected that results can serve as allies to arts teachers working in elementary schools upon the realization and action as Complex subjects who enrich their practices supported by digital technologies.

Cette étude a son origine dans l’intérêt à identifier les actions nécessaires, dans un milieu virtuel d’enseignement et d’apprentissage, à rendre le professeur d’art possible d’être compris comme un sujet complexe. En observant la société actuelle et cet élève digital (homo zappiens) où il se présente, l’enseignant contemporain doit pourvoir aux besoins de contenus et de méthodes qui vont au-delà de la structure scolaire en cours. L’enseignement traditionnel ne réussit pas, par sa structure linéaire, à embrasser tous ces éléments de façon cohérente. On trouve dans le paradigme de la complexité la base théorique pour développer ces processus, des espaces pour le changement, et on peut le rapprocher à l’innovation, à la créativité, à la transdisciplinarité et à la flexibilité. La complexité, dans son aspect de formation, demande non seulement la quête de réponses, mais aussi la perception des nouveaux défis qui se présentent. Il faut donc former un être-enseignant ouvert à une perspective dialogique en quête d’autonomie dans sa pratique enseignante. Pour cela, la recherche présente le paradigme de la complexité et le sujet complexe, décrits par Morin, et quelques concepts de Bakhtin établissant des interlocution entre l’art, la technologie et l’éducation. Edn ce qui concerne la pensée complexe et l’être-enseignant qui déambule dans ce monde, cette étude se rapporte aux domaines : métacognition, résilience, autonomie, subjectivation, créativité, transdisciplinarité, affectivité, coopération et flexibilité. La méthodologie est à caractère qualitatif, comprenant un relevé bibliografique et une recherche-action. On a analysé les matériaux produits pendant un cours à distance offert aux enseignants du réseau publique de l’éducation, appartenant à la région méridionale du Brésil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina et Paraná). On entend que les résultats obtenus servent aux professeurs d’art de l’éducation fondamentale, pour qu’ils se reconnaissent et agissent comme des sujets complexes et enrichissent leurs pratiques avec les ressources des technologies digitales.