A formação da residência integrada multiprofissional em saúde mental coletiva na oficina de geração de renda de Novo Hamburgo

Abstract

Esta pesquisa apresenta como tema principal o processo de formação das profissionais residentes do primeiro ano, no campo de práticas Oficina de Geração de Renda de Novo Hamburgo (OGRNH), com duração de seis meses, no período de agosto de 2012 a janeiro de 2013. As profissionais residentes de Terapia Ocupacional, Enfermagem e Serviço Social foram as que fizeram parte desta Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva (RIMSMC). A análise desse processo de formação foi baseada no plano de ação das residentes. Justifico este estudo e minha aproximação com o tema tanto para dar visibilidade à relevância do trabalho desenvolvido na Oficina de Geração de Renda como para ampliar a reflexão sobre esse local enquanto campo possível de formação. A investigação é de cunho qualitativo. Para a realização das análises, utilizei tanto os relatórios mensais, acordados em preceptoria, quanto, as narrativas do semestre, tarefa solicitada pela instituição de ensino. No segundo momento, também fizeram parte da análise alguns documentos que tratam da proposta de trabalho atual da OGRNH. A partir das discussões apresentadas nos relatórios, busquei dialogar com as contribuições de estudiosos dos temas educação em saúde, residência multiprofissional em saúde e trabalho de rede, produzindo uma reflexão que também envolve percepções, tanto como terapeuta ocupacional da OGRNH, quanto como preceptora desse grupo de profissionais residentes. Para a utilização dos relatórios das estudantes, foram providenciados os termos de consentimento livre e esclarecido, apresentados à Coordenação Administrativa do serviço e às residentes em formação. As análises do processo de formação destacam a importância das relações de trabalho, considerando a necessidade de melhorias nas relações entre trabalhadores, residentes e usuários. As discussões deste trabalho trazem reflexões sobre os processos de formação dos novos profissionais para o Sistema Único de Saúde e, que as articulações de rede na saúde mental dependem da implicação dos profissionais, das relações no coletivo, da conversa entre os trabalhadores e usuários envolvidos e do respeito pelas singularidades de cada área.