Adolescência na EJA : desafios e possibilidades

Abstract

O público cada vez mais jovem na Educação de Jovens e Adultos (Brunel, 2008) tem sido, atualmente, a realidade constante nesta modalidade de ensino. Contudo, dentre estes jovens, tem se destacado o número elevado de adolescentes com idade entre os 15 e 18 anos incompletos. Esta realidade trouxe uma série de desafios aos educadores e educadoras. Alunos “indisciplinados”, “infreqüentes”, “desmotivados” e “drogaditos” são falas recorrentes na escola. Os conflitos entre os diferentes grupos etários, gerados em função do comportamento destes alunos mais jovens, também contribuem para a idéia de que este grupo “não quer nada com nada”. Esta percepção de que os adolescentes na EJA “atrapalham” tornou-se um clichê desta modalidade, dificultando o diálogo e, consequentemente, a prática pedagógica. Para tanto, é fundamental conhecer a realidade dos educadores e educandos, suas necessidades e anseios, focando mais especificamente, ainda, na relação que os jovens-adolescentes estabelecem com o saber e com a escola. Neste trabalho, realizado numa escola do município de Porto Alegre, na qual atuo como professora, o processo de pesquisa caminhou junto com as ações, como ocorre num trabalho de pesquisa-ação-participante. Desta forma, apresento a trajetória percorrida na busca por encontrar alguns caminhos para um possível repensar das ações político-pedagógicas capazes de dar conta desta nova configuração nesta modalidade de ensino.