O alienista e o mal-estar entre a razão e desrazão : "para que transpor a cerca?"
Fecha
2012Co-director
Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
Este trabalho se propõe a investigar a condição do mal-estar e a relação com a razão e a loucura através da leitura do conto de Machado de Assis, O Alienista. O diálogo que se estabelece é entre a psicanálise e a literatura, tendo como ponto de ancoragem o texto O Mal-Estar na Cultura” (1929/1930), de Sigmund Freud. Esta pesquisa busca ressaltar, na produção de Freud, momentos em que a ficção constituiu referência fundamental para a elaboração dos conceitos, diferente da psicanálise aplicada à ...
Este trabalho se propõe a investigar a condição do mal-estar e a relação com a razão e a loucura através da leitura do conto de Machado de Assis, O Alienista. O diálogo que se estabelece é entre a psicanálise e a literatura, tendo como ponto de ancoragem o texto O Mal-Estar na Cultura” (1929/1930), de Sigmund Freud. Esta pesquisa busca ressaltar, na produção de Freud, momentos em que a ficção constituiu referência fundamental para a elaboração dos conceitos, diferente da psicanálise aplicada à literatura. Freud aponta que os escritores criativos eram capazes de, através do texto, presentificar o inconsciente e questões que diziam respeito aos impasses e interrogações importantes da condição humana. O conto machadiano foi sendo pensado também nas relações que podem ser estabelecidas com as ideias a respeito do contemporâneo, segundo abordagem de Giorgio Agamben, e também de clássico, pelo aporte sugerido por Ítalo Calvino. Através da metodologia psicanalítica, lançamos um olhar sobre as linhas de tensão que pudemos encontrar na ficção machadiana e na narrativa ficcional escrita em certo diálogo com O Alienista, o romance A Filha do Escritor, de Gustavo Bernardo. Destacamos, brevemente, a linha de tensão entre a razão/desrazão que despontava na virada do século XIX ao XX, e que continua a produzir interrogações em nosso tempo. Interessou-nos, assim, situar as soluções e os caminhos encontrados pelo homem para lidar com o sentimento de desamparo e a condição mal-estar. Pelo viés da ironia na forma da construção narrativa, Machado lança a pergunta: “Se as linhas de definição entre a razão e a desrazão estão perfeitamente delimitadas, para que transpor a cerca?”. ...
Abstract
This study proposes to investigate the condition of discontent and its relation with reason and unreason through the reading of the book written by Machado de Assis, The Alienist. The dialogue is established between psychoanalyses and literature, taking as a start point the text Culture and its Discontents (1929/1930), by Sigmund Freud. In this research we highlight in the production of Freud the moments that fiction constitutes fundamental reference for the elaboration of concepts what is diff ...
This study proposes to investigate the condition of discontent and its relation with reason and unreason through the reading of the book written by Machado de Assis, The Alienist. The dialogue is established between psychoanalyses and literature, taking as a start point the text Culture and its Discontents (1929/1930), by Sigmund Freud. In this research we highlight in the production of Freud the moments that fiction constitutes fundamental reference for the elaboration of concepts what is different from physicoanalyses applied to literature. Freud points out that creative writers, through the productions of text, were able to point out the unconscious and also the questions concerned to important interrogations of the human condition. Machado´s tale was thought also in the relation that could be established with the ideas that concern with the concept of contemporaneous, by Giorgio Agamben, and was also considered a classic according to the concept of Italo Calvino. Through the methodology of psychoanalysis, we launched a look at the power lines that we could found in Machado's fiction and also in fictional narrative written by Gustavo Bernardo called The Daughter of the Writer. We briefly highlighted the line of tension between reason/unreason that was looming at the turn of the nineteenth century to the twentieth century, and that continues to produce questions in our time. So that, we tried to situate the solutions and the paths found by man to cope with the helpless felling and the discontent solution. Trough the look of irony used in the narrative construction, Machado proposes the question: “If the boundaries of definition between reason and unreason are clearly delimited, why cross this line?” ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.
Colecciones
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