Telessaúde no apoio a médicos de atenção primária
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2011Author
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Abstract in Portuguese (Brasil)
Introdução: A estratégia Saúde da Família (SF) se apresenta como uma concretização em larga escala da reorganização de cuidados públicos em saúde baseados em Atenção Primária à Saúde (APS). Avaliada de modo amplamente favorável pelas populações servidas por ela, alcançou também impacto efetivo sobre seu perfil epidemiológico. Enfrenta ainda limitações e contradições. Seu desenlace depende, em importante medida, da continuidade de investimentos em seu aperfeiçoamento estrutural, na qualificação ...
Introdução: A estratégia Saúde da Família (SF) se apresenta como uma concretização em larga escala da reorganização de cuidados públicos em saúde baseados em Atenção Primária à Saúde (APS). Avaliada de modo amplamente favorável pelas populações servidas por ela, alcançou também impacto efetivo sobre seu perfil epidemiológico. Enfrenta ainda limitações e contradições. Seu desenlace depende, em importante medida, da continuidade de investimentos em seu aperfeiçoamento estrutural, na qualificação das pessoas que nela trabalham e no desenvolvimento do papel de coordenação do conjunto da rede de serviços do Sistema Único de Saúde. Uma das operações concebidas pelo governo brasileiro com foco na qualificação da SF é o Programa Telessaúde Brasil, com presença inicial em 900 unidades de SF em 9 estados brasileiros. Contribuir para uma avaliação deste Programa é o objetivo desta tese. Métodos: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada para conhecer a experiência internacional com telessaúde para qualificação de médicos de APS. Para conhecer as repercussões do Programa Telessaúde Brasil junto a médicos da SF, desenvolveu-se um estudo descritivo sobre a experiência do núcleo Rio Grande do Sul (RS) do mesmo Programa entre 2007 e março de 2010. Resultados: De 8702 artigos filtrados na revisão sistemática, 63 foram incluídos por pertinência temática e estrutura metodológica. Apenas 5 Ensaios Clínicos Randomizados (ECRs), heterogêneos, faziam parte do conjunto, avaliando modo síncrono e assíncrono. Os ECRs apontaram para evitação significativa de exames e referências (exceto cirúrgicas), alta concordância diagnóstica e satisfação de médicos e pacientes. Redução de custos para os pacientes foi verificada no modo síncrono. Demais estudos foram amplamente favoráveis a intervenções de telessaúde para APS. No período considerado em relação ao núcleo RS, 226 médicos de 95 municípios foram integrados ao Programa. Desses, 161 médicos de 54 municípios solicitaram 673 teleconsultorias. Houve 68 médicos que avaliaram as respostas recebidas, perfazendo 294 consultorias avaliadas. Familiaridade prévia com informática prediz maior uso do serviço, mas permanência na SF prediz menor. Solução de dúvidas clínicas ou sobre o processo de trabalho em APS ocorrem na grande maioria dos casos. Os solicitantes têm alta satisfação com seu resultado. Uma referência (ou "encaminhamento") que ocorreria caso tais dúvidas não fossem solucionadas é evitada aproximadamente a cada 2 teleconsultorias. Conteúdo clínico predomina em 93% delas. Conclusões: O conhecimento disponível sobre a contribuição de telessaúde no suporte a médicos de APS carece de consolidação através de estudos que levem em conta os diferentes contextos. É fundamental saber não apenas se um tipo de intervenção é efetiva, mas quando, para quem e com quais recursos ela é efetiva. Além disso, é essencial disseminar a utilização de metodologia mais robusta nas pesquisas. As evidências até aqui coletadas sugerem que telessaúde seja uma intervenção útil para ampliar a resolutividade dos serviços de APS. Embora possam ser questionados em função das limitações já apontadas, os estudos de melhor qualidade até aqui realizados tendem a confirmar os resultados positivos do conjunto do material publicado. No RS, o objetivo de qualificar a prática médica em APS via telessaúde demonstrou-se viável, conforme foi avaliado pelos médicos que utilizaram este serviço junto ao núcleo RS e remeteram suas avaliações. No entanto, os desafios para que a utilização desse tipo de suporte seja mais ampla e intensa devem ser encarados com prioridade. Além disso, estudos em cenários mais permeáveis a comparação com grupo controle serão necessários para conclusões de maior solidez. ...
Abstract
Context: The Family Health Strategy (FH) is presented as an achieving large-scale reorganization of public health care based on Primary Health Care (PHC). Evaluated so broadly supportive by the populations served by it, also reached an effective impact on its epidemiological profile. Still faces limitations and contradictions. Its outcome depends, in a significant extent, on the continued investment in its structural improvement, on the qualification of the people who works there and on develop ...
Context: The Family Health Strategy (FH) is presented as an achieving large-scale reorganization of public health care based on Primary Health Care (PHC). Evaluated so broadly supportive by the populations served by it, also reached an effective impact on its epidemiological profile. Still faces limitations and contradictions. Its outcome depends, in a significant extent, on the continued investment in its structural improvement, on the qualification of the people who works there and on development of a coordinating role in the whole network of the Unified Health System. One of the operations designed by brazilian government focused on qualification of FH is the Brazilian Telehealth Program. Methods: A systematic literature review was performed to meet the international experience with telehealth on qualifying primary care physicians. To assess the implementation of the Brazilian Telehealth Program to doctors of FH, it was developed an descriptive study on the experience of the Rio Grande do Sul's nucleus of this Program between 2007 and March 2010. Results: Of 8702 articles filtered in the systematic review, 63 were included in due to relevance and methodological structure. Only 5 Randomized Clinical Trials (RCTs) heterogeneous were part of this set, evaluating the synchronous and asynchronous modes. RCTs pointed to significant avoidance of tests and referrals (except surgicals), high diagnostic agreement and satisfaction of physicians and patients. Costs reduction for patients has been seen in synchronous mode. Further studies were broadly supportive to telehealth interventions for primary care. In the period considered, in relation to the RS nucleus, 226 doctors from 95 cities were integrated into the Program. Of these, 161 physicians in 54 municipalities requested 673 teleconsultants. Only 68 doctors assessed the responses, comprising 294 consultants evaluated. Prior familiarity to computer predicts greater use of the service, but remaining in the FH team predicts lower. Solving clinical doubts or work process troubles in PHC occur in the vast majority of cases. Applicants have high satisfaction with their result. Each referral that would occur if such question was not settled are avoided approximately every 2 teleconsultants. Clinical content predominates in 93% of them. Conclusions: The available knowledge about the contribution of telehealth in support of PHC physician needs consolidation through studies that take into account the different contexts. It is essential to know not only whether an intervention is effective, but when, to whom and with which resources it is effective. Moreover, it is essential to disseminate the use of more robust methodology in research. The evidence so far collected suggests that telehealth is an effective intervention for extend the resolution of PHC services. Although they can be questioned due to the limitations already mentioned, the better qualified studies made so far tend to confirm the positive results of all the published material. At Rio Grande do Sul (RS), the objective of qualifying medical practice in PHC via telehealth has been revealed feasible, according rated by doctors who used this service of the RS's nucleus and has sent their ratings. However, the challenges to using this type of support in wider and intense way must be addressed with priority. Furthermore, studies in scenarios more permeable to comparisons to control groups will be needed for more solid conclusions. ...
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