Por onde andam as crianças? da estrutura sócio-espacial às práticas cotidianas em Porto Alegre
Fecha
2012Autor
Tutor
Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
O tema deste estudo é a relação da criança com a cidade na sociedade contemporânea. O problema de pesquisa se constitui a partir dos indicativos de que a fruição do espaço urbano, fundada na apropriação da rua como espaço de lazer, sofreria importantes transformações diante das inovações produtivas, tecnológicas e comunicacionais da sociedade. A hipótese é que a alteração das práticas está associada às diferenças na estrutura sócio-espacial, não sendo homogênea. Assim, seu objetivo é caracteriz ...
O tema deste estudo é a relação da criança com a cidade na sociedade contemporânea. O problema de pesquisa se constitui a partir dos indicativos de que a fruição do espaço urbano, fundada na apropriação da rua como espaço de lazer, sofreria importantes transformações diante das inovações produtivas, tecnológicas e comunicacionais da sociedade. A hipótese é que a alteração das práticas está associada às diferenças na estrutura sócio-espacial, não sendo homogênea. Assim, seu objetivo é caracterizar a experiência urbana das crianças, identificando as práticas cotidianas e os espaços vividos; além de evidenciar a relação entre as práticas e as características sócio-espaciais; bem como avaliar a extensão do fenômeno de esvaziamento da rua como espaço de lazer. A investigação toma Porto Alegre como lócus de pesquisa, por se tratar de metrópole inserida no contexto da globalização. A empiria adota como recorte etário a faixa de 7 a 14 anos, e se estrutura em duas etapas: a primeira consiste na análise da estrutura sócio-espacial do município, através de dados censitários que articulam o espaço social das famílias ao espaço físico dos bairros, da qual resulta a classificação dos bairros segundo Perfis do Espaço Social. A segunda etapa é a análise da inter-relação entre a estrutura sócio-espacial de Porto Alegre, em seus aspectos demográficos, locacionais e morfológicos, e as práticas cotidianas. Como fontes de pesquisa, além dos dados censitários espacializados, estão os próprios habitantes, incorporados através de estudo piloto, realizado com estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental. A análise da estrutura sócio-espacial aponta que grande parte das crianças porto-alegrenses vive em bairros de baixa renda situados, predominantemente, na periferia da cidade. A investigação das práticas cotidianas indica que a rua continua sendo apropriada para o lazer, embora prevaleça como espaço de circulação. O recolhimento ao espaço privado é verificado em todos os estratos e está vinculado, em alguns casos, à presença de condomínios fechados. Entre os estudantes, o envolvimento com o espaço público se dá em diferentes níveis, da utilização mais intensa, passando pelo equilíbrio na vivência público-privado, até chegar à experiência centrada no privado, que culmina na não-vivência do espaço público. A experiência urbana se constitui, portanto, através de múltiplas vias, marcadas pelas diferenças sócio-espaciais que envolvem o cotidiano de cada habitante. Disto emerge a validade de tomar o recorte etário como critério de análise e definição de políticas urbanas, uma vez que permite a incorporação da dimensão humana e da escala cotidiana à prática do planejamento urbano. ...
Abstract
The subject of this study is the children's relationship with the city in contemporary society. The research issue is constituted from the indications that the enjoyment of urban space, based on appropriation of the street as a space for leisure, has undergone important changes in face of the productive, technological and communicative innovations of society. The hypothesis is that the changing of the practices is associated with socio-spatial differences and is not homogeneous. So, the researc ...
The subject of this study is the children's relationship with the city in contemporary society. The research issue is constituted from the indications that the enjoyment of urban space, based on appropriation of the street as a space for leisure, has undergone important changes in face of the productive, technological and communicative innovations of society. The hypothesis is that the changing of the practices is associated with socio-spatial differences and is not homogeneous. So, the research objective is to characterize the urban experience of children, identifying the everyday practices and lived spaces; show the relationship between the practices and socio-spatial characteristics, and to assess the extent of the phenomenon of deflation of the street as a space for leisure. The investigation takes Porto Alegre, Brazil, as locus of research, because of its condition of metropolis into the context of globalization. The empirical study adopts as age cut the range from 7 to 14 years, and is divided into two stages: the first is the analysis of socio-spatial structure of the city, through census data that articulate the social space of the families with the physical space of the districts, which results in the districts´ classification according the social-space profiles. The second step is the analysis of the inter-relationship between the socio-spatial structure of Porto Alegre, in their demographic, locational and morphological features, and everyday practices. As research sources, in addition to spatialized census data, are the inhabitants, incorporated through a pilot study with 8th grade students of elementary school. The analysis of socio-spatial structure shows that most children at Porto Alegre live in low-income neighborhoods, mostly located on the suburbs of the city. The investigation about everyday life indicates that street is still appropriate for leisure, although prevails as circulation space. The retreat into private space is found in all strata, and it is linked, in some cases, with the presence of gated communities. Among students, engagement with public space is established at different levels, from more intensive use, through the balance in public-private experience, to the experience focused on private, culminating in the non-experience of public space. The urban experience is constituted, therefore, through multiple ways, marked by socio-spatial differences surrounding the daily life of each inhabitant. Hence the validity to consider the age cut as an analysis and defining criterion of urban policies, especially because it allows the incorporation of the human dimension and of the everyday life scale into the urban planning practice. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Arquitetura. Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional.
Colecciones
-
Ciencias Sociales Aplicadas (6100)
Este ítem está licenciado en la Creative Commons License