Avaliações de esquema e imagem corporal em ambientes virtuais

Abstract

A imagem corporal é um construto multifacetado, e pode ser entendida como um espectro que varia desde uma etapa pré-reflexiva, como esquema corporal, até uma etapa reflexiva, que é a imagem multidimensional que todos têm de si. O objetivo geral da Tese foi avaliar a percepção de imagem e esquema corporal em diferentes ambientes virtuais (nãoimersivo e imersivo), em dois estudos. O primeiro estudo, com jogadores de jogos virtuais, investigou os índices de satisfação com a imagem corporal do corpo real após sessões de jogo com dois tipos de avatar (padrão e personalizado), além de avaliar o uso de uma ferramenta computadorizada de criação de formas corporais. Observou-se que o gênero dos participantes pode ter influenciado a percepção corporal após o uso do ambiente virtual nãoimersivo. O segundo estudo avaliou a imagem e esquema corporal de pessoas que passaram por cirurgia de amputação de membro inferior e que participaram de um protocolo de reabilitação física utilizando um avatar em realidade virtual imersiva. Os resultados do estudo 1 indicaram que não houve diferenças entre os índices de insatisfação e distorção de imagem corporal antes e após as sessões de jogo para a amostra total. Ao considerar o gênero dos participantes, também não houve diferença de imagem corporal nos três momentos, mas as mulheres apresentaram médias de insatisfação mais altas que as dos homens. Considerando a avaliação de imagem corporal, as mulheres apresentaram um padrão de superestimação do próprio corpo, enquanto os homens apresentaram um padrão de superestimação, e diferente de estudo anterior, os participantes não criaram versões melhoradas de si mesmos. Os resultados do estudo 2 indicaram que, no geral, houve um aumento na preocupação com a imagem corporal após o protocolo com realidade virtual imersiva. O aumento na insatisfação pode estar relacionado à percepção mais consciente do coto e à ausência do membro fantasma. Além disso, a alta taxa de abandono de próteses, especialmente por mulheres, e as limitações da escala ABIS destacam a necessidade de instrumentos mais abrangentes. A não disponibilidade de próteses estéticas no serviço também pode ter influenciado os resultados. Estudos futuros devem investigar o impacto da RVI na incorporação da prótese e explorar fatores ligados à percepção de imagem corporal com amostras maiores e novos instrumentos de avaliação.

Body image is a multifaceted construct that can be understood as a spectrum ranging from a pre-reflective stage, such as the body schema, to a reflective stage, encompassing the multidimensional image individuals hold of themselves. This dissertation aimed to assess the perception of body image and body schema in different virtual environments (nonimmersive and immersive) across two studies. The first study, conducted with virtual game players, investigated satisfaction with real body image after gaming sessions with two types of avatars (standard and customized) and evaluated a computerized body shape creation tool. Findings suggested that participants' gender may have influenced body perception after using the non-immersive virtual environment. The second study assessed body image and body schema in individuals who underwent lower limb amputation surgery and participated in a physical rehabilitation protocol using an avatar in immersive virtual reality. The results of Study 1 indicated no significant differences in body image dissatisfaction and distortion indices before and after gaming sessions for the total sample. Gender-based analyses also revealed no differences across three time points; however, women reported higher dissatisfaction levels compared to men. Regarding body image evaluation, women demonstrated a pattern of overestimation of their body size, whereas men exhibited the same trend. Contrary to previous findings, participants did not create enhanced versions of themselves. Study 2 findings indicated an overall increase in body image concerns following the immersive virtual reality protocol. This dissatisfaction may be linked to greater awareness of the residual limb and the absence of the phantom limb. Moreover, the high rate of prosthesis abandonment, particularly among women, and the limitations of the ABIS scale underscore the need for more comprehensive instruments. The lack of access to aesthetic prostheses in the service may also have influenced the results. Future research should investigate the impact of immersive virtual reality on prosthesis embodiment and explore factors related to body image perception with larger samples and improved assessment tools.