Reflexos do uso estratégico de gonadotrofina coriônica equina em fêmeas bovinas submetidas à inseminação artificial em tempo fixo

Abstract

A gonadotrofina coriônica equina (eCG) têm sido utilizada para estimular a atividade ovariana, uma vez que esse hormônio possui estrutura semelhante ao FSH (atividade FSH-like) e LH (atividade LH-like), ativando os receptores dessas gonadotrofinas essenciais para o desenvolvimento folicular e ovulação. A revisão bibliográfica serve de base para fundamentar o estudo in vivo apresentado em forma de artigo. No estudo foram utilizadas vacas Bos taurus, multíparas, lactantes, com escore de condição corporal médio de 2,78 ± 0,41 e 86,87 ± 30,79 dias pós-parto. No estudo, buscou-se avaliar os efeitos da dosagem fracionada de eCG (2 x 200 UI) no crescimento folicular e na taxa de prenhez, em comparação a uma dose única (1 x 400 UI). Para isso, empregou-se um protocolo de IATF de 8 dias, com a inseminação realizada no dia 10. Os resultados obtidos não demostraram diferença estatística significativa com a utilização fracionada. No D10 do protocolo, o diâmetro médio do folículo foi de 8,54 ± 0,80 mm no Grupo 2 x 200 (n=14) e de 7,71 ± 0,77 mm no Grupo 1 x 400 (n=15), sem diferença estatística entre os grupos (P = 0,46). Da mesma forma, o crescimento folicular diário avaliado no D7 e no D10 não apresentou diferença significativa (P = 0,35), com média de 0,864 ± 0,194 mm/dia no Grupo 2 x 200 UI (n=14) e 0,612 ± 0,187 mm/dia no Grupo 1 x 400 UI (n=15). No D40, A taxa de prenhez também não diferiu estatisticamente entre os tratamentos (P = 0,77), sendo de 16,2% no Grupo 2 x 200UI (n=43) e 13,8% no Grupo 1 x 400 UI (na=36). Esses achados indicam que, nas condições deste experimento, nem a dose fracionada nem a dose única de eCG influenciaram positivamente os parâmetros avaliados. A seguir, serão discutidos os fundamentos fisiológicos da ciclicidade ovariana em fêmeas bovinas, os mecanismos hormonais envolvidos na retomada da atividade reprodutiva no pós-parto, bem como a aplicabilidade da manipulação hormonal exógena, com ênfase na utilização da eCG em categorias animais com maior potencial de resposta à sua administração.

Equine chorionic gonadotropin (eCG) has been used to stimulate ovarian activity, as this hormone has a structure similar to that of FSH (FSH-like activity) and LH (LH-like activity), activating the receptors of these gonadotropins, which are essential for follicular development and ovulation. The literature review serves as the foundation for the in vivo study presented in the form of a scientific article. The study involved lactating multiparous Bos taurus cows with an average body condition score of 2.78 ± 0.41 and 86.87 ± 30.79 days postpartum. The objective was to evaluate the effects of a fractionated eCG dosage (2 x 200 IU) on follicular growth and pregnancy rate, compared to a single dose (1 x 400 IU). For this purpose, an 8-day fixed-time artificial insemination (FTAI) protocol was employed, with insemination performed on day 10. The results showed no statistically significant difference with the use of the fractionated dose. On day 10 of the protocol, the mean follicular diameter was 8.54 ± 0.80 mm in the 2 x 200 IU group (n = 14) and 7.71 ± 0.77 mm in the 1 x 400 IU group (n = 15), with no significant difference between groups (P = 0.46). Similarly, daily follicular growth assessed between days 7 and 10 showed no significant difference (P = 0.35), with a mean of 0.864 ± 0.194 mm/day in the 2 x 200 IU group (n = 14) and 0.612 ± 0.187 mm/day in the 1 x 400 IU group (n = 15). On day 40, the pregnancy rate also did not differ significantly between treatments (P = 0.77), being 16.2% in the 2 x 200 IU group (n = 43) and 13.8% in the 1 x 400 IU group (n = 36). These findings indicate that, under the conditions of this experiment, neither the fractionated nor the single dose of eCG positively influenced the evaluated parameters. The following chapters will discuss the physiological foundations of ovarian cyclicity in bovine females, the hormonal mechanisms involved in the resumption of reproductive activity in the postpartum period, and the applicability of exogenous hormonal manipulation, with emphasis on the use of eCG in animal categories with greater potential responsiveness to its administration.