Percepções estudantis sobre os impactos da violência na trajetória escolar : survey em uma escola pública estadual de Porto Alegre
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2025Author
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Abstract in Portuguese (Brasil)
A pesquisa analisou a percepção de alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública estadual de Porto Alegre sobre a violência escolar e suas implicações na trajetória acadêmica. A maioria dos participantes era do sexo feminino (53,6%), branca (68%), com média de seis amigos e elevado apoio familiar. Cerca de 46,4% trabalhavam e 68% haviam trocado de escola, majoritariamente por falta de oferta do Ensino Médio. Apesar de um terço afirmar não gostar de estudar, a distorção idade-série foi ...
A pesquisa analisou a percepção de alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública estadual de Porto Alegre sobre a violência escolar e suas implicações na trajetória acadêmica. A maioria dos participantes era do sexo feminino (53,6%), branca (68%), com média de seis amigos e elevado apoio familiar. Cerca de 46,4% trabalhavam e 68% haviam trocado de escola, majoritariamente por falta de oferta do Ensino Médio. Apesar de um terço afirmar não gostar de estudar, a distorção idade-série foi inferior à média da escola (9,3% frente a 20,2%). Mais da metade demonstrou baixo apreço pela escola (53,6%), embora o apreço pelos colegas tenha sido elevado (86,6%), contrastando com o menor apreço pelos professores (49%). Em relação à violência, cerca de 39,2% admitiram ter agredido fisicamente colegas no Ensino Fundamental e 43,3% afirmaram ter sido agredidos. A violência verbal foi predominante: 72,2% xingaram colegas e 67,8% foram xingados. No Ensino Médio, houve redução dos índices de violência física (83,5% nunca agrediram ou foram agredidos), mas a violência verbal manteve-se significativa (mais de 50% praticaram ou sofreram xingamentos em 2024). Quanto ao perfil dos agressores, a maioria era do sexo masculino, branca, com menor apreço pelos estudos, menos apoio familiar e menos inserção no mercado de trabalho. Mais de 80% também relataram ter sido vítimas de agressão física. O perfil das vítimas é semelhante: maioria masculina, branca, com menor número de amigos, apoio familiar e apreço pela escola. A violência no entorno da escola causou suspensão de aulas para 44,2% dos participantes, mas a violência no bairro de moradia não influenciou significativamente a frequência escolar. A maioria não teve contato com órgãos como o Conselho Tutelar nem cumpriu medidas socioeducativas. Em relação à trajetória escolar, dois terços afirmaram que a violência não impactou sua trajetória no Ensino Fundamental, mas 54,2% relataram impacto no Ensino Médio, sobretudo pela violência verbal. Os que consideraram ter sido afetados apresentaram maiores índices de agressão e vitimização verbal. Por fim, a pesquisa não permite generalizações estatísticas, mas oferece importantes subsídios para compreender a violência escolar em Porto Alegre e suas possíveis repercussões na trajetória educativa dos estudantes. ...
Abstract
This research analyzed the perceptions of 3rd-year high school students from a public state school in Porto Alegre regarding school violence and its implications for their academic trajectories. The majority of participants were female (53.6%) and white (68%), with an average of six friends and strong family support. About 46.4% worked, and 68% had changed schools, predominantly due to the previous institution not offering high school. Despite one-third stating they disliked studying, the age-g ...
This research analyzed the perceptions of 3rd-year high school students from a public state school in Porto Alegre regarding school violence and its implications for their academic trajectories. The majority of participants were female (53.6%) and white (68%), with an average of six friends and strong family support. About 46.4% worked, and 68% had changed schools, predominantly due to the previous institution not offering high school. Despite one-third stating they disliked studying, the age-grade distortion was lower than the school's average (9.3% versus 20.2%). More than half showed low appreciation for the school (53.6%), though appreciation for peers was high (86.6%), contrasting with lower appreciation for teachers (49%). Regarding violence, about 39.2% admitted to physically assaulting peers in elementary school, and 43.3% reported being physically assaulted. Verbal violence was predominant: 72.2% cursed at peers, and 67.8% were cursed at. In high school, physical violence decreased (83.5% never assaulted or were assaulted), but verbal violence remained significant (over 50% reported perpetrating or suffering verbal abuse in 2024). The profile of aggressors was predominantly male, white, with less academic interest, less family support, and lower labor market participation. Over 80% also reported being victims of physical aggression. The profile of victims was similar: mostly male, white, with fewer friends, less family support, and lower appreciation for the school. Violence in the school's vicinity led to class suspensions for 44.2% of participants, but violence in their home neighborhoods did not significantly impact school attendance. Most had no contact with child protective services (Conselho Tutelar) or received socio-educational measures. Concerning academic trajectory, two-thirds stated that violence did not impact their elementary school trajectory, but 54.2% reported an impact in high school, especially due to verbal violence. Those who felt affected showed higher rates of verbal aggression and victimization. Finally, while the research does not allow for statistical generalizations, it offers valuable insights into school violence in Porto Alegre and its potential repercussions on students' educational paths. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de Ciências Sociais: Licenciatura.
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