Interações entre as mudanças paleoceanográficas e a bioestratigrafia de foraminíferos planctônicos no Cpne de Rio Grande durante o último ciclo glacial-interglacial
Fecha
2024Co-director
Nivel académico
Grado
Tipo
Materia
Resumo
A porção offshore da Bacia de Pelotas é uma região de complexa dinâmica de massas d’água que passou por grandes mudanças ambientais durante o Quaternário tardio. Para uma melhor compreensão das mudanças paleoambientais desde o Último Máximo Glacial (UMG, 23.000 a 19.000 anos) é importante um estudo paleoclimático multi-proxy. Para isso, os foraminíferos planctônicos são uma ferramenta muito útil, sendo usados tanto para a cronologia como para a reconstrução paleoceanográfica. Desta forma, o obj ...
A porção offshore da Bacia de Pelotas é uma região de complexa dinâmica de massas d’água que passou por grandes mudanças ambientais durante o Quaternário tardio. Para uma melhor compreensão das mudanças paleoambientais desde o Último Máximo Glacial (UMG, 23.000 a 19.000 anos) é importante um estudo paleoclimático multi-proxy. Para isso, os foraminíferos planctônicos são uma ferramenta muito útil, sendo usados tanto para a cronologia como para a reconstrução paleoceanográfica. Desta forma, o objetivo deste trabalho é caracterizar as mudanças paleoceanográficas a partir da análise das assembleias de foraminíferos. Para esse estudo, foi analisado o testemunho PC-80, que foi extraído do Cone de Rio Grande. Primeiramente, foi realizado o processamento da amostra. Após isso, foram feitas as triagens taxonômicas e datações. A partir dos resultados das triagens foi possível inferir a paleotemperatura através da Técnica do Análogo Moderno e da razão Neogloboquadrina incompta/Globigerinella calida. Para a estratificação, foi utilizada a abundância do morfotipo dextral de Globorotalia truncatulinoides. Para estudar a produtividade, foi utilizada a abundância de Globigerinita glutinata, a razão Globigerina bulloides/ Globigerinoides ruber albus, Índice de Fragmentação e Índice P/B. Por fim, foi realizado o bioecozoneamento a partir dos reaparecimentos e desaparecimentos do complexo Menardiiformes e da espécie Pulleniatina obliquiloculata. Através dos resultados observamos tendências a menores temperaturas e maior produtividade ao longo do final do Pleistoceno e tendências opostas ao longo do início do Holoceno. Pode-se inferir que as variações de temperatura durante o Pleistoceno tiveram como condicionante o menor efeito da Corrente do Brasil, além disso, há alguns períodos de aumento de temperatura que foram atribuídos à menor intensidade da Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico (Atlantic Meridional Overtuning Cell, AMOC) durante os eventos Younger Dryas e Heinrich I. Ao longo do Holoceno, infere-se que as variações ocorreram devido aos ciclos de precessão. Foi proposto que a variação da abundância de G. truncatulinoides dextral teve como condicionante a variação da posição do Giro Subtropical do Atlântico Sul ao invés de variações de estratificação. Em relação à produtividade, infere-se que as variações podem ter ocorrido em resposta a uma variedade de componentes que estariam mais atuantes durante o Pleistoceno, como a ressurgência, o aporte de nutrientes do Rio da Prata e do Sistema Lagunar Patos-Mirim, influência da Corrente das Malvinas e diminuição do nível relativo do mar. Por fim, foram identificadas as subzonas Z1 e Z2, a partir da variação da abundância do complexo Menardiiformes e a zona Y, não podendo ser subdividida, pois a espécie P. obliquiloculata é muito rara ao longo do testemunho. A partir disso, foram observadas tendências de baixa temperatura e alta produtividade ao longo do Pleistoceno e tendências opostas ao longo do Holoceno. Além disso, podemos observar que as bioecozonas estabelecidas apesar de apresentarem similaridades com as bioecozonas estabelecidas em outros trabalhos ao longo da Bacia de Pelotas e de outra bacias marginais, se diferenciam em termos de tempo de reaparecimento e abundância das espécies. ...
Abstract
The offshore portion of the Pelotas Basin is a region of complex water dynamics that passed through large environmental changes along the late Quaternary. For a better comprehension of the changes that took place since the Last Glacial Maximum (LGM, 23.000 to 19.000 years) a multi-proxy study is of very importance. To this end, the planktic foraminifera are a helpful tool, being used for chronology and paleoceanographic reconstruction. Therefore, the main objective of this study is the characte ...
The offshore portion of the Pelotas Basin is a region of complex water dynamics that passed through large environmental changes along the late Quaternary. For a better comprehension of the changes that took place since the Last Glacial Maximum (LGM, 23.000 to 19.000 years) a multi-proxy study is of very importance. To this end, the planktic foraminifera are a helpful tool, being used for chronology and paleoceanographic reconstruction. Therefore, the main objective of this study is the characterization of paleoceanographic changes through the analysis of foraminifera assemblages. For this research, the PC-80 core retrieved from the Rio Grande Cone was studied. After the initial sample processing, census counts and datings were done. The picking data was used to infer paleotemperatures through the Modern Analogue Technique. and the Neogloboquadrina incompta/ Globigerinella calida ratio. For the study of stratification the relative abundance of the right-coiling morphotype of Globorotalia truncatulinoides was used. For paleoproductivity analysis, the relative abundance Globigerinita glutinata, the Globigerina bulloides/Globigerinoides ruber albus ratio, the Fragmentation Index and the P/B Index were used. Lastly, the bioecozonation was done using the reappearances and disappearances of the Menardiiformes plexus and the species Pulleniatina obliquiloculata. Through the data found we observe an overall trend of low temperature and high productivity along the Pleistocene and high temperature and low productivity along the Holocene. We could infer that temperature changes along the Pleistocene were controlled by the reduced influence of the Brazil Current, with intervals of high temperature attributed to a slowdown of the Atlantic Meridional Overturning Cell (AMOC) during the Younger Dryas and Heinrich events. Throughout the Holocene, we could infer that temperature was affected by the precession cycles. We propose that changes in the abundance of G. truncatulinoides right-coiling were controlled by the migration of the South Atlantic Subtropical Gyre instead of stratification changes. About productivity, we infer that changes may respond to a variety of fertilization sources which were more present during the Pleistocene, such as the nutrient flux of Rio de la Plata and the Patos-Mirim Lagoon System, upwelling, Malvinas Current influence and the lower relative sea level. Finally, the subzones Z1 and Z2 were identified using the Menardiiform plexus and Zone Y was identified, but subzones were not identified because of the rarity of P. obliquiloculata through the core. Therefore, trands of low temperature and high productivity were proeminent in the Pleistocene and opposite trends were predominant in the Holocene. uthermore, similarities between the stabilized bioecozones and the bioecozones in other studies along the Pelotas Basin and other marginal basins were observed, with differences in the timing of appearance and relative abundances of species. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Geociências. Curso de Geologia.
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