Intersecção entre saúde mental e atenção básica : reflexões a partir da residência em saúde mental coletiva

Abstract

A atenção básica é estratégica para o cuidado em saúde mental pois tem como princípios a integralidade e a longitudinalidade do cuidado, funcionando através de um território delimitado. O lugar da atenção básica no território possibilita a construção de um vínculo com a comunidade, com a realidade e com os recursos disponíveis para enfrentamento das situações de sofrimento psíquico. Território é, portanto, o lugar de existência psicossocial dos sujeitos. Entretanto, muitas equipes de atenção básica demonstram resistência ao lidar com questões de saúde mental, o que é influenciado por vários estigmas, preconceitos e uma sensação de falta de capacitação e qualificação profissional. Desta forma, o matriciamento em saúde mental surge como uma possibilidade de oferecer suporte especializado, constituindo uma forma de produzir saúde compartilhada entre duas equipes, onde participam profissionais de distintos núcleos profissionais. Assim, este trabalho resulta de uma experiência de apoio matricial realizado com 11 unidades de saúde no município de Porto Alegre, onde foram tratados temas como rede de atenção psicossocial, acolhimento e escuta terapêutica, avaliação de risco de suicídio e grupos de saúde mental.