A flexibilização curricular do (novo) Ensino Médio e os modos de ser docente

Abstract

O artigo tem o propósito de analisar efeitos que a flexibilização curricular, proposta pela reforma do (novo) Ensino Médio (EM), produziu nas docências de educadores que atuavam nesta etapa da Educação Básica, em 2020. A parte empírica foi desenvolvida em uma escola pertencente à Rede Sesi. As teorizações que sustentam a investigação advêm do pensamento de Michel Foucault. O material examinado é formado por questionários e entrevistas realizadas com docentes do EM. A estratégia usada para operar sobre o material foi a análise do discurso foucaultiana. O exame mostrou que a implementação do (novo) EM mobilizou uma docência “donjuanesca” em que, ao maleabilizar práticas, tornando-as mais “livres” e menos rígidas, aumenta e estende as demandas de trabalho e as horas de planejamento. Assim, o educador, ao aderir a práticas que possam atrair, movimenta os desejos individuais, uma vez que, atrelada à ideia de sedução, está a perspectiva de mais liberdade e também de mais individualismo

The purpose of this article is to analyze the effects that curriculum flexibility, proposed by the (new) High School (HS) reform, produced in the teaching of educators who worked in this stage of Basic Education, in 2020. The empirical part was developed in a school belonging to the Sesi Network. The theorizations that support the investigation come from the thought of Michel Foucault. The examined material consists of quis and interviews with teachers. The strategy used to operate on the material was the Foucauldian discourse analysis. The examination showed that the implementation of the (new) HS mobilized a “donjuanesca” teaching in which, by making practices more flexible, making them “freer” and less rigid, it increases and extends work demands and planning hours. Thus, the educator, when adhering to practices that can attract, moves individual desires, since, linked to the idea of seduction, there is the perspective of more freedom and also more individualism.