Todo menino é um rei : percurso de Akin no acolhimento institucional

Abstract

O acolhimento institucional é a moradia de muitas crianças e adolescentes que passam por situações de risco à integridade física ou psíquica. A presente pesquisa qualitativa objetiva compreender a adaptação, socialização e desenvolvimento da criança negra após a experiência de desadoção. Akin é o sujeito deste estudo, trata-se de uma criança negra de 7 anos, institucionalizada para ser protegida, adotada para acessar o direito à convivência familiar e comunitária e desadotada devido às lacunas da medida de proteção. Frente a isso, essa escrita surge da pergunta problema: "Qual foi o impacto da desadoção na (re)socialização da criança?”. Também pretende reconhecer quem são as crianças e adolescentes que estão na lista de adoção nacional, revisar o processo de adoção instituído no Brasil e analisar a trajetória de uma criança negra que perde o vínculo familiar e é colocada em adoção. Três hipóteses cruciais contribuem com este trabalho: que a desadoção interfere na autopercepção da criança negra; o sentimento de rejeição reverbera e afeta os espaços de convívio da criança; a separação do grupo de irmãos agravou o processo pós desadoção. Através dos eixos metodológicos da escrevivência e relato de experiência, reflito sobre o percurso do menino no acolhimento institucional. As reflexões presentes tem intencionalidade de gerar desconfortos a quem escreve e aos que lêem, mas também possibilitar uma perspectiva gentil sobre Akin.