Atividade antioxidante in vivo de flavonoides presentes na espinheira-santa (Monteverdia ilicifolia) : uma revisão de literatura

Abstract

A Monteverdia ilicifolia, popularmente conhecida como espinheira-santa, é amplamente utilizada na medicina tradicional sul-americana devido às suas propriedades terapêuticas, destacando-se no manejo de distúrbios gastrointestinais. Estudos fitoquímicos identificaram compostos bioativos em suas folhas, como os flavonoides (epicatequina, quercetina e rutina) que possuem diversas atividades biológicas, como, por exemplo, ação antioxidante. Neste sentido, nesta revisão, discutimos o potencial terapêutico destes compostos frente a condições associadas ao estresse oxidativo, uma vez que estes flavonoides desempenham papel crucial na neutralização de espécies reativas de oxigênio e na modulação de vias antioxidantes endógenas. Os ensaios selecionados incluíram modelos animais expostos a fatores estressores como doenças metabólicas, neurodegenerativas e intoxicação por metais. Os flavonoides demonstraram eficácia ao modular marcadores de estresse oxidativo em modelos animais submetidos a desequilíbrio redox, como ao reduzir os níveis do malondialdeído (MDA), e ao aumentar a atividade de enzimas antioxidantes, como superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx) de forma dose-dependente. Adicionalmente, não foram observados efeitos significativos em modelos saudáveis, sugerindo uma ação terapêutica, especialmente em condições de desequilíbrio redox. Conclui-se que os flavonoides epicatequina, quercetina e rutina exercem papel significativo na mitigação do estresse oxidativo, reforçando seu potencial para uso terapêutico.

Monteverdia ilicifolia, popularly known as espinheira-santa, is widely used in South American traditional medicine due to its therapeutic properties, particularly in the management of gastrointestinal disorders. Phytochemical studies have identified bioactive compounds in its leaves, such as flavonoids (epicatechin, quercetin, and rutin), which exhibit various biological activities, including antioxidant action. In this context, this review discusses the therapeutic potential of these compounds in conditions associated with oxidative stress, as these flavonoids play a crucial role in neutralizing reactive oxygen species and modulating endogenous antioxidant pathways. The selected studies included animal models exposed to stressors such as metabolic diseases, neurodegenerative disorders and metal intoxication. The flavonoids demonstrated efficacy in modulating oxidative stress markers in animal models with redox imbalance, such as reducing malondialdehyde (MDA) levels and increasing the activity of antioxidant enzymes like superoxide dismutase (SOD), catalase (CAT), and glutathione peroxidase (GPx) in a dose-dependent manner. Additionally, no significant effects were observed in healthy models, suggesting a therapeutic action, particularly under conditions of redox imbalance. In conclusion, the flavonoids epicatechin, quercetin, and rutin play a significant role in mitigating oxidative stress, reinforcing their potential for therapeutic use.