Avaliação da influência da cavidade de acesso endodôntico e do protocolo de restauração direta na carga à fratura de molares com preparo classe II tipo mésio-oclusal

Abstract

Objetivo: Avaliar se a conformação da cavidade de acesso endodôntico influ- encia na resistência à fratura de molares tratados endodonticamente com pre- paro de classe II mesio-oclusal (MO). Método: Setenta terceiros molares inferi- ores humanos foram selecionados e divididos de forma randomizada em sete grupos (n = 10). O preparo da cavidade MO e o tratamento endodôntico foram padronizados, exceto para o grupo controle positivo (GC+: dentes íntegros). Os demais grupos foram classificados como: GV- = acesso endodôntico convenci- onal e sem restauração (controle negativo); GP- = acesso endodôntico em "ponte" e sem restauração (controle negativo); GX- = acesso endodôntico con- vencional e pino de fibra de vidro transfixado sem restauração (controle negati- vo); GV = acesso endodôntico convencional e restauração; GP = acesso en- dodôntico em "ponte" e restauração; e GX = acesso endodôntico convencional e pino de fibra de vidro transfixado com restauração. As amostras foram sub- metidas ao teste de resistência à fratura em uma máquina de ensaios univer- sal. O local de fratura - seja no assoalho da câmara pulpar ou cúspide - foi ins- pecionado. A análise estatística foi realizada usando ANOVA, seguida pelo tes- te de comparação múltipla de Tukey (α = 5%). Resultados: As médias segui- das da mesma letra não apresentaram diferença estatística no teste de Tukey (P> 0,05): GC+: 3748A ± 326,7; GV-: 874,6D ± 74,88; GP-: 1378C ± 39,24; GX-: 1593C ± 55,28; GV: 1380C ± 78,84; GP: 1709C ± 154,4; e GX: 2403B ± 385. Conclusões: O uso combinado de pinos transfixados e restauração direta com resina composta aumentou a resistência à fratura de dentes tratados endodon- ticamente. Por outro lado, observou-se que preservar a estrutura dental na di- reção vestibulo-lingual durante o acesso endodôntico não contribuiu para um aumento na resistência à fratura.

Objectives: To evaluate whether the configuration of the endodontic access cavity influence the fracture strength of endodontically treated molars with class II mesio-occlusal (MO) preparation. Method: Seventy human mandibular third molars were selected and randomly assigned to seven groups (n = 10). MO cavity preparation and endodontic treatment were standardized, except for the positive control group (GC+: sound teeth). The other groups were classified as: GV- = conventional endodontic access and no restoration (negative control); GP- = “bridge” endodontic access and no restoration (negative control); GX- = conventional endodontic access and transfixed fiberglass post without restora- tion (negative control); GV = conventional endodontic access and restoration; GP = “bridge” endodontic access and restoration; and GX = conventional endo- dontic access and transfixed fiberglass post with restoration. The specimens were subjected to fracture strength testing on a universal testing machine. Frac- ture site – either pulp chamber floor or cusp – was inspected. Statistical analy- sis was performed using ANOVA, followed by Tukey’s multiple comparison test (α = 5%). Results: Means followed by the same letter did not show statistical difference in Tukey’s test (P> 0.05): GC+: 3748A ± 326.7; GV-: 874.6D ± 74.88; GP-: 1378C ± 39.24; GX-: 1593C ± 55.28; GV: 1380C ± 78.84; GP: 1709C ± 154.4; and GX: 2403B ± 385. Conclusions: The combined use of transfixing posts and direct restoration with composite resin increased the fracture re- sistance of endodontically treated teeth. On the other hand, it was observed that preserving the dental structure in the vestibulo-lingual direction during endodon- tic access did not contribute to an increase in fracture resistance.