Testes de fluido-responsividade em pacientes criticamente doentes : revisão sistemática com metanálise : resultados preliminares

Abstract

Objetivo: Choque requer tratamento imediato, sendo a ressuscitação volêmica um dos seus pilares, mas com riscos associados à sua administração. Vários métodos para prever a resposta a fluidos foram validados, mas ainda há uma lacuna na comparação entre eles. Por meio de uma metanálise em rede, objetiva-se comparar os testes descritos na literatura. Métodos: Revisão sistemática nas bases de dados Embase e Cochrane onde incluíram-se estudos prospectivos que fornecessem a acurácia dos testes diagnósticos e que possuíssem análise padronizada do débito cardíaco. A qualidade dos estudos foi avaliada pela escala QUADAS-2. Os estudos foram selecionados usando a plataforma Rayyan por dois pesquisadores separadamente, e divergências foram decididas por um terceiro. A extração dos dados de acurácia e análise de qualidade está sendo realizada através questionário virtual. A metanálise será conduzida separando-se pacientes ventilados mecanicamente ou não. Resultados: A busca na literatura originou 9,472 estudos, sendo selecionados para extração dos dados de acurácia e qualidade 267. Até o momento, foram incluídos 77 estudos, com 202 avaliações de acurácia diferentes testes a partir de 5671 pacientes, sendo 57% do sexo masculino, com idade média de 61 anos. A porcentagem de uso de ventilação mecânica foi 70%. O método mais estudado foi a variação de pressão de pulso, com 24 descrições. O teste com melhor desempenho foi elevação passiva das pernas (sensibilidade = 88%, especificidade = 90%, DOR 48.38). A variação da veia cava inferior teve desempenho apenas moderado (sensibilidade = 74%, especificidade = 78%, DOR 7.59). Conclusão: Há vasta literatura acerca dos testes de fluido responsividade, mas incertezas permanecem a depender das características dos pacientes. Espera-se contribuir com a definição do melhor método incluído para paciente com e sem suporte ventilatório.

Objective: Shock requires immediate treatment, with fluid resuscitation as one of its cornerstones, though it carries associated risks. Various methods to predict fluid responsiveness have been validated, but a gap remains in comparing them. This study aims to compare the tests described in the literature through a network meta-analysis. Methods: A systematic review was conducted in the Embase and Cochrane databases, including prospective studies that provided diagnostic test accuracy and standardized cardiac output analysis. Study quality was assessed using the QUADAS-2 tool. Studies were selected via the Rayyan platform by two independent researchers, with discrepancies resolved by a third researcher. Data extraction for accuracy and quality analysis is being conducted through an online questionnaire. The meta-analysis will stratify patients based on mechanical ventilation status. Results: The literature search yielded 9,472 studies, of which 267 were selected for accuracy and quality data extraction. To date, 77 studies have been included, with 202 accuracy assessments of different tests involving 5,671 patients—57% male, with a mean age of 61 years. Mechanical ventilation was used in 70% of cases. The most studied method was pulse pressure variation, described in 24 studies. The best-performing test was passive leg raising (sensitivity = 88%, specificity = 90%, DOR 48.38). Inferior vena cava variation demonstrated only moderate performance (sensitivity = 74%, specificity = 78%, DOR 7.59). Conclusion: There is extensive literature on fluid responsiveness tests, but uncertainties remain depending on patient characteristics. This study aims to contribute to defining the best method for patients with or without ventilatory support.