Caracterização magnética e estrutural da porção nordeste do granito Encruzilhada e rochas máficas contemporâneas

Abstract

O Granito Encruzilhada (GE), situado na região centro - norte do Escudo Sul-rio-grandense (ESrg), é composto por biotita monzogranitos e sienogranitos do período Ediacarano. Apresenta uma estrutura maciça e, quando presente, a foliação magmática é marcada pelo alinhamento de megacristais de K-feldspato. A relação de contemporaneidade desta unidade com rochas máficas se reflete em processos de mistura heterogênea (mingling) e homogênea (mixing), resultando, por vezes, na formação de rochas híbridas. Este estudo utilizou as técnicas de anisotropia de susceptibilidade magnética (ASM) para a caracterização da trama magnética do GE. Para investigar a mineralogia magnética, foram adquiridas curvas termomagnéticas e de histerese, além de imagens obtidas por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados indicam que as rochas apresentam características paramagnéticas, com susceptibilidade magnética (κm) baixa, variando entre 10⁻ ³ a ⁵ (SI). Os granitos são o grupo com m aior variabilidade na susceptibilidade magnética, enquanto as rochas máficas possuem boa correlação entre si. A rocha hibrida apresenta características magnéticas mais próximas dos granitos de mais baixa susceptibilidade magnética do que das rochas máficas A trama magnética é controlada principalmente pela orientação dos cristais de biotita e, quando há alguma contribuição ferromagnética, esta se deve a presença de titanomagnetita e magnetita. A foliação magnética do Complexo Granítico Encruzilhada ( CGE ) tem preferencialmente baixos ângulos, assim como o caimento da lineação magnética. Entretanto, na região sudeste da área estudada, tanto a foliação como a lineação magnética têm ângulos intermediários. Através da relação entre a trama de campo e a magnética, foi possível indicar que a trama magnética reflete a trama magmática durante os estágios finais do posicionamento da unidade. No entanto, mais estudos são necessários para entender melhor as variações dessa relação em maior escala.

The Encruzilhada Granite (EG), located in the central-northern region of the Sul- rio- grandense Shield (SRgS), comprises Ediacaran biotite monzogranites and syenogranites. The granite exhibits mostly massive structure. A magmatic foliation, where present, is defined by the shape alignment of K-feldspar megacrysts. The unit’s contemporaneity with mafic rocks is reflected in heterogeneous (mingling) and homogeneous (mixing) processes, which occasionally result in the formation of hybrid rocks. This study applied anisotropy of magnetic susceptibility (AMS) technique to characterize the EG’s magnetic fabric. Magnetic mineralogy was investigated using thermomagnetic and hysteresis curves, as well as imaging by scanning electron microscopy (SEM). The results exhibit low magnetic susceptibility (κm) values ranging from 10 ⁻ ³ to 10 ⁻ ⁵ (SI), indicating rocks with paramagnetic characteristics. Granites show the widest range of magnetic susceptibility, while mafic rocks exhibit consistent magnetic behavior. The hybrid rock exhibits magnetic characteristics closer to those of granites with lower magnetic susceptibility than to mafic rocks. The magnetic fabr ic is mainly controlled by the orientation of biotite crystals. When some ferromagnetic contributions are observed, they are due to the presence of titanomagnetite and magnetite. The magnetic foliation of the Encruzilhada Granitic Complex ( EG C ) predominantly displays low angles, as does the plunge of the magnetic lineation. However, in the southeastern region of the study area, both magnetic foliation and lineation exhibit consistent intermediate angles.The correlation between the field data and the magneti c fabric indicates that the magnetic fabric reflects the magmatic fabric during the emplacement of this unit . However, further studies are needed to better understand the variations in this relationship at a larger scale.