Envelhecimentos (im)possíveis : problematizações críticas do sujeito pressuposto pelas políticas públicas voltadas à população idosa

Abstract

Este trabalho busca problematizar criticamente o conceito de pessoa idosa e de envelhecimento que se encontram tanto explícitos quanto implícitos nas políticas públicas voltadas para essa população, evidenciando as marcas necropolíticas da construção da relação do Estado Brasileiro com sua população considerada vulnerável. Tal delimitação conceitual se dá por meio da sistematização e análise crítica interseccional de documentos referentes a diferentes políticas públicas voltadas às pessoas idosas nos contextos federal, estadual e municipal, destacando que orientam, de forma direta ou indireta, as noções de sujeito, as pretensões e os objetivos presentes em tais políticas. A discussão é realizada a partir de conceitos como raça, classe social, gênero, interseccionalidade, necropoder, desigualdade sociais, entre outros, para destacar como as políticas públicas concebem as condições e possibilidades de vida e de envelhecimentos possíveis a diferentes setores da população brasileira. Se destacam criticamente algumas visões preconceituosas, estigmatizadas, violentas, discriminatórias e superficiais que frequentemente estão presentes em etapas de planejamento, desenvolvimento, realização e avaliação de tais políticas. Ao final, é apresentada uma reflexão sobre o papel da prática em Psicologia enquanto dispositivo político na promoção da qualidade de vida e na luta pelos direitos das pessoas idosas.