Queermuseu : cartografias da diferença na arte brasileira : discurso lgbtfóbico e usos políticos de uma exposição museológica.

Abstract

Passados sete anos da abertura e de seu fechamento prematuro, a exposição Queermuseu — Cartografias da Diferença na Arte Brasileira ainda suscita questionamentos sobre a reação a seu conteúdo e o que motivou tal reação a ser tão violenta. Mesmo depois de tanto tempo, o ocorrido em agosto de 2017 ainda faz parte de debates no campo museológico. Este trabalho objetiva analisar o uso de discursos de ódio como ferramenta política de censura no contexto do encerramento da referida exposição. Partindo de uma perspectiva da museologia social, este trabalho busca entender de que forma se deu a construção e uso de discursos LGBTfóbicos em contraponto à exposição, fazendo a coleta de postagens em fóruns digitais e comentários em rede social e sua posterior análise de conteúdo de discurso dando enfoque a forma que esse discursos se manifestam e subsequentemente sinalização para um grupo o sentimento de participação no monitoramento social, propondo uma perspectiva sobre a linha do tempo que contextualiza seus agentes censores com seus incentivos políticos. Concluindo com o empoderamento sobre as disputas dos jogos éticos e o papel museológico em memorar grupos desaparecidos pelas instituições hegemônicas.

After six years of the opening and premature closing of the Queermuseu — Cartografias da Diferença na Arte Brasileira exposition it still raises questions about the reaction people had related to its content and the reason why this reaction was so violent. Even after some years, the event that happened in August, 2017, is still part of debates in the museum field. The objective of this study is to analyze the use of hate speech as a censorship political tool used to end the Queermuseu exposition. With regard to a social museology perspective, the understatement of the way in which the LGBTphobic discourse was built as a counterpoint to the exposition is aimed. The information was gathered in online forums and social networks’ comments focusing the posterior analyses on the way this discourse manifests and signals the involvement and participation sentiment in the social monitoring to the group. A timeline was proposed in a way to contextualize the censorship agents with their political incentives. In conclusion, it is necessary to ponder about these disputes and the museologic role in the remembrance to celebrate these minority groups that are erased by hegemonic institutions.