Trilhando o sonhar : pensando o ensino de história a partir de uma educação intercultural com ênfase no perspectivismo da cosmologia e cosmovisão Yanomami

Abstract

O presente Trabalho de Conclusão de Curso, se dispõe a pensar a aula de história enquanto um agente potencializador de uma educação intercultural que considera a perspectiva do Povo Yanomami e a importância do sonhar como um dos principais fundamentos para a existência desse povo, a fim de responder a seguinte pergunta Como pensar um ensino intercultural nas aulas da disciplina de história, a partir da perspectiva do povo Yanomami como um ato contra colonizador? A partir de uma pesquisa bibliográfica de escritos que consideram a importância de fazer da sala de aula de história, um espaço em que se colocará em prática uma educação inclusiva, afetiva e acolhedora, esse trabalho se constrói. A educação inclusiva se manifesta no sentido de que, a partir do conteúdo, se apresentará perspectivas, narrativas e construções históricas de sujeitos/as invisibilizados/as pela lógica colonizadora presente nos currículos. Afetiva no que tange a participação de todos/as que compõem o espaço educativo e acolhedora quando pensamos a sala de aula enquanto um espaço que considera as múltiplas formas de manifestações e existências que transitam o ensinar/aprender. Com base no livro O desejo dos outros: uma etnografia dos sonhos yanomami de Hanna Cibele Lins Rocha Limulja e em alguns capítulos do livro A Queda do Céu: Palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, o trabalho irá traçar aspectos da perspectiva Yanomami que promovem o seu pensar, ser, sentir e estar no mundo. Culminando numa proposta pedagógica que para além de evidenciar perspectiva Yanomami, propõe o questionamento das nossas existências no mundo enquanto pessoas não indígenas, apresentando uma maneira lúdica de se aprender história. Essa combinação se mostrou instigante e potencializadora para se fazer pensar e questionar os processos de ensino/aprendizagem nas aulas de história, para além de contribuir para a execução da lei 11.645/2008, que estabelece a obrigatoriedade da temática de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no ensino fundamental e médio.