Linfoma multicêntrico canino : revisão de literatura

Abstract

Linfomas, também conhecidos como linfossarcomas, têm como origem principalmente os órgãos linfoides, como medula óssea, baço e linfonodos, porém, estes tumores podem se desenvolver em praticamente qualquer órgão devido à contínua migração dos linfócitos neoplásicos pelos diferentes tecidos do organismo. Este trabalho tem como objetivo revisar e compilar as informações mais recentes sobre a etiologia, patogênese, diagnóstico, tratamento e prognóstico do linfoma multicêntrico canino. Este tumor afeta principalmente animais de meia idade a idosos, em geral de 6 a 9 anos e não possui uma etiologia bem definida, acredita-se que fatores multifatoriais como fatores genéticos, ambientais e imunológicos estejam implicados. A classificação do linfoma maligno em cães pode ser diferenciada com base na localização anatômica, critérios histológicos e características imunofenotípicas. As formas anatômicas mais comuns de linfoma são a multicêntrica, a mediastinal, a gastrointestinal e a cutânea, além das formas extranodais primárias, que podem ocorrer em qualquer local fora do sistema linfático. A forma multicêntrica é a mais comum em cães e caracteriza-se por linfadenomegalia, podendo ser regional ou generalizada. Para melhor entendimento da doença, os linfomas devem ser classificados de acordo com sua celularidade, determinados por diferentes técnicas, entre elas a citologia, histopatologia, imuno-histoquímica, citometria de fluxo e reação em cadeia de polimerase (PCR). Exames de hemograma, bioquímica sérica, ultrassonografia e radiografia se fazem úteis como exames complementares a fim de revelar um prognóstico mais acurado e melhor conduta terapêutica. A poliquimioterapia é a modalidade terapêutica mais utilizada e eficaz no tratamento de cães com linfoma, sendo o principal protocolo utilizado o CHOP, que em sua forma clássica consiste na associação de vincristina, prednisona, doxorrubicina e ciclofosfamida, porém é possível utilizar diferentes fármacos em combinação ou substituição a este protocolo. Novas abordagens terapêuticas como terapia alvo e imunoterapia estão sendo exploradas e mostram potencial promissor, porém ainda necessitam de mais pesquisas para sua utilização na rotina.

Lymphomas, also known as lymphosarcomas, originate mainly in lymphoid organs, such as bone marrow, spleen and lymph nodes. However, these tumors can develop in practically any organ due to the continuous migration of neoplastic lymphocytes through the different tissues of the body. This work aims to review and compile the most recent information on the etiology, pathogenesis, diagnosis, treatment and prognosis of canine multicentric lymphoma. This tumor mainly affects middle-aged to elderly animals, generally between 6 and 9 years old, and does not have a well-defined etiology. It is believed that multifactorial factors such as genetic, environmental and immunological factors are involved. The classification of malignant lymphoma in dogs can be differentiated based on anatomical location, histological criteria and immunophenotypic characteristics. The most common anatomical forms of lymphoma are multicentric, mediastinal, gastrointestinal and manifest, in addition to primary extranodal forms, which can occur in any local forum of the lymphatic system. The multicentric form is the most common in dogs and is characterized by lymphadenomegaly, which may be regional or generalized. To better understand the disease, lymphomas should be classified according to their cellularity, determined by different techniques, including cytology, histopathology, immunohistochemistry, flow cytometry and polymerase chain reaction (PCR). Complete blood count, serum biochemistry, ultrasound and radiography are useful as complementary exams in order to reveal a more accurate prognosis and better therapeutic approach. Polychemotherapy is the most widely used and effective therapeutic modality in the treatment of dogs with lymphoma, with the main protocol used being CHOP, which in its classic form consists of the combination of vincristine, prednisone, doxorubicin and cyclophosphamide, although it is possible to use different drugs in combination or replace this protocol. New therapeutic approaches such as targeted therapy and immunotherapy are being explored and show promising potential, but still require further research for their routine use.