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dc.contributor.advisorBrito Junior, Antonio Barros dept_BR
dc.contributor.authorSperb, Maria Petruccipt_BR
dc.date.accessioned2024-09-10T06:43:41Zpt_BR
dc.date.issued2023pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/278669pt_BR
dc.description.abstractEste trabalho propõe uma leitura analítica de três autores francófonos contemporâneos que se interrogam, em suas obras, sobre a questão animal: Jean-Christophe Bailly, Baptiste Morizot e Vinciane Despret. “A questão animal”, aqui, nomeia a preocupação com os modos de vida dos outros-que-humanos e com o desgaste das conceitualizações binárias da modernidade que até então orientaram o sensível, inclusive a de “Animal” em oposição à de “Humano”. A hipótese desenvolvida é a de que esses três escritores (cujas áreas de interesse vão do ensaio literário à filosofia, passando pela política e pela etologia) conjugam, cada um à sua maneira, novas formas de narrar encontros com bichos, as quais, para darem conta da complexidade ontológica, estética e escalar deste período que podemos chamar de Antropoceno, valem-se de uma linguagem da heterogeneidade e da não universalidade, lançando mão de dispositivos comumente associados ao “fazer literário”, ou “ficcionalização”: a hesitação, a desaceleração, a obliquação, a subjetivação. Na introdução, apresento um arcabouço teórico de um dos conceitos-chave desta pesquisa, o Antropoceno, recuperando o debate em torno da sua aparição, as lacunas epistemológicas da sua terminologia paradoxal e a sua produtividade para pensar um novo regime estético. No primeiro capítulo, investigo a recente obra ensaística de Jean-Christophe Bailly, dedicada à observação dos bichos, em suas conversas com o conceito de devir-animal, de Deleuze e Guattari (1980), na elaboração de uma poética alargada. No segundo capítulo, a análise volta-se para os três últimos trabalhos do filósofo Baptiste Morizot, o qual, a partir de sua prática do rastreio, vem propor uma reformulação da política a partir do paradigma multiespecífico. No terceiro capítulo, dedico-me à leitura de dois livros da etóloga e psicóloga Vinciane Despret, os quais conjuram diversos ofícios mágicos (STENGERS, 2017) para redesenhar os compromissos das ciências e da ficção especulativa. Por fim, discuto alguns dos incômodos teóricos que me acompanharam ao longo da escrita deste trabalho, bem como certas considerações finais sobre o elo que une estes três autores: a escrita de linhas de fuga que busquem uma saída do pensamento dualista, de mundificações empobrecedoras e reducionistas, por um alargamento das possibilidades de vida.pt_BR
dc.description.abstractCe travail a pour but de proposer une lecture analytique de trois auteurs francophones contemporains qui s’interrogent sur la question animale: Jean-Christophe Bailly, Baptiste Morizot et Vinciane Despret. “La question animale”, ici, nomme la préoccupation par rapport aux modes de vie des autres-qu’humains et à l’usure des conceptualisations binaires de la modernité, y compris celle de “l’Animal” par l’opposition à “l’Humain”. L’hypothèse développée est la suivante: ces trois auteurs (dont les domaines d’intérêt passent par l’essai, l’esthétique, la philosophie, la politique et l’éthologie) conjuguent, chacun à sa manière, des nouvelles façons de raconter les rencontres avec les bêtes. Pour rendre compte de la complexité ontologique, esthétique et scalaire de cette période qu’on pourrait appeler l’Anthropocène, ces récits déploient un langage de la complexité, justement, et non pas de l’universalité, mettent en oeuvre des dispositifs notamment associés à l’écriture ou fictionnalisation: l’hésitation, la décélération, l’obliquation, la subjectivation. Dans l’introduction, je présente le cadre théorique de l’un des concepts-clé de ce travail, l’Anthropocène, reprenant le débat autour de son apparition, les combles épistémologiques de sa terminaison paradoxale et sa productivité pour songer à un nouveau régime esthétique. Dans le premier chapitre, j’enquête sur le travail récent de l’essayiste Jean-Christophe Bailly, consacré à l’observation sensible des animaux, le croisant avec le concept de devenir-animal (DELEUZE ET GUATTARI, 1980) et en tant que poétique élargie. Dans le deuxième chapitre, l’analyse est dédiée aux trois dernières oeuvres du philosophe Baptiste Morizot, lequel propose une reformulation de la politique à partir de ses contributions sur la pratique éthique du pistage. Dans le troisième chapitre, c’est le tour de Vinciane Despret, éthologue et psychologue intéressée par la reconstruction des compromis des sciences, qui présente des expérimentations littéraires cousues avec ces autres offices magiques (STENGERS, 2018). Finalement, je discute quelques troubles théoriques qui m’ont accompagnés tout au long de ce travail, ainsi que quelques remarques finales à propos de l’axe principal: l’écriture de lignes de fuite qui cherchent une sortie hors de la pensée dualiste, des mondifications appauvrissantes et réductionnistes, pour un élargissement des possibilités de vie.fr
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectAntropocenopt_BR
dc.subjectAnthropocènefr
dc.subjectPhilosophie environnementalefr
dc.subjectFilosofia ambientalpt_BR
dc.subjectEsthétiquefr
dc.subjectEstéticapt_BR
dc.subjectPolitiquefr
dc.subjectPolíticapt_BR
dc.subjectNarrativapt_BR
dc.subjectEssaifr
dc.titleA questão animal na trama do antropoceno : ensaios de ontologia política com Jean-Christophe Bailly, Baptiste Morizot e Vinciane Despretpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
dc.identifier.nrb001209820pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Letraspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Letraspt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2023pt_BR
dc.degree.levelmestradopt_BR


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