No transcorrer da terceira margem : a história e o insólito em Vinte e Zinco, de Mia Couto

Abstract

Neste trabalho buscamos analisar a obra Vinte e Zinco, de Mia Couto, 1999. Ante os pressupostos da História Social, defendida por Edward Thompson (1981) propomos que Couto realiza uma remissão discursiva ao narrar à Revolução dos Cravos desde a ótica do colonizado. Verificamos que neste processo de reconfiguração o autor faz recorrência ao que convencionou-se chamar de “insólito”, nomenclatura aqui questionada. Discutimos também as definições de “Real Mágico” e “Real Maravilhoso” (Paradiso, 2020) em detrimento de “Realismo Animista”, conceito cunhado por Pepetela para realidade africana (Laban, 1998).

This research aims to analyze the work “Vinte e Zinco” written by Mia Couto. Throughout Edward Thompson’s (1981) assumptions on social history, it has been shown that Couto performs a discursive remission by narrating the Carnation Revolution from the colonized perspective. The concept of “fictional insolito” is resorted to by the author, which is one of the points of this discussion. Also, the definitions of “Magical Realism” and “Marvelous Realism” (Paradiso, 2020) in disadvantages of “Animist Realism” an idea constructed by Pepetela for African reality (Laban, 1998).