Perfil nutricional de trabalhadores de um hospital universitário : dados basais de uma intervenção multiprofissional de educação em saúde

Abstract

O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e a diminuição da adesão a hábitos alimentares saudáveis são preocupações de saúde pública. O ambiente de trabalho, especialmente em instituições de saúde, pode influenciar diretamente os hábitos alimentares dos profissionais. Objetivo: Conhecer o perfil nutricional dos trabalhadores de um hospital na região Sul do Brasil. Método: Estudo transversal, com adultos, de ambos os sexos, trabalhadores de um hospital universitário. Para avaliação do estado nutricional foram realizadas medidas antropométricas de peso e altura, e calculado o IMC. Para análise do padrão alimentar saudável e não saudável, foi aplicado o questionário utilizado na Pesquisa Nacional de Saúde/2019. Resultados: Foram analisados dados parciais totalizando 24 indivíduos; majoritariamente mulheres (66,6%), com escolaridade de nível superior (87,4%), atuantes na área administrativa (83,3%), no turno diurno (75%) trabalhando há 10 anos, ou mais, na instituição (66,6%). O estado nutricional predominante nesta amostra foi sobrepeso (54,1%) e obesidade (29%). Em relação ao consumo de um padrão alimentar saudável, indicaram consumir regularmente (5 dias da semana ou mais) legumes e vegetais 66,6% dos participantes, frutas 62,5%, feijão 37,5%; peixe, pelo menos 1 dia na semana, 4,1%; em relação ao consumo de um padrão alimentar não saudável indicaram consumir regularmente (5 dias da semana ou mais) doces (biscoito/bolacha recheado, chocolate, gelatina, balas e outros) 20,8 % dos participantes e 29,1% indicaram alto consumo de sal. Conclusão: Nesta amostra foi possível identificar elevado número de indivíduos com excesso de peso; quase metade dos indivíduos consumindo regularmente alguns alimentos saudáveis e poucos consumindo alimentos não saudáveis. Até o momento, esses resultados evidenciam a necessidade de implementar programas de promoção de saúde e educação nutricional direcionados aos trabalhadores de saúde, com o objetivo de promover hábitos alimentares mais saudáveis e prevenir doenças crônicas.

The increasing consumption of ultra-processed foods and the declining adherence to healthy eating habits are significant public health concerns. The work environment, particularly in healthcare institutions, can exert a direct influence on the dietary habits of professionals. Objective: To evaluate the nutritional profile of employees in a hospital located in the Southern region of Brazil. Methods: A cross-sectional study was conducted involving adults of both sexes who were employed at a university hospital. Anthropometric measurements of weight and height were taken to assess nutritional status, and body mass index (BMI) was calculated. To analyze healthy and unhealthy eating patterns, the questionnaire used in the 2019 National Health Survey was administered. Results: Partial data from a total of 24 individuals were analyzed; the majority were women (66.6%), with higher education (87.4%), working in administrative roles (83.3%), on the day shift (75%), and employed at the institution for 10 years or more (66.6%). The predominant nutritional status in this sample was overweight (54.1%) and obesity (29%). Regarding the consumption of a healthy eating pattern, 66.6% of participants reported regular consumption (5 or more days per week) of legumes and vegetables, 62.5% of fruits, 37.5% of beans, and 4.1% of fish at least once a week. In terms of unhealthy eating habits, 20.8% of participants reported regular consumption (5 or more days per week) of sweets (stuffed cookies/crackers, chocolate, gelatin, candy, and others), and 29.1% reported high salt intake. Conclusion: This sample revealed a high prevalence of individuals with excess weight; nearly half of the participants regularly consumed some healthy foods, while a smaller proportion consumed unhealthy foods. The findings thus far underscore the need for implementing health promotion and nutritional education programs specifically targeted at healthcare workers, with the aim of fostering healthier eating habits and preventing chronic diseases.