O estranho, o maravilhoso e o fantástico em Com armas sonolentas, de Carola Saavedra

Abstract

Este trabalho teve como objetivo investigar a presença de elementos da ordem do fantástico, do estranho e do maravilhoso na obra Com armas sonolentas, de Carola Saavedra. A análise desses elementos está dividida em três capítulos, de acordo com a própria ordem narrativa, abordando, respectivamente, os aspectos relativos a Anna, Maike e Avó. Para isso, partimos das contribuições de Tzvetan Todorov (2004) em busca de uma definição de fantástico, estranho e maravilhoso. Paralelamente, avaliamos, no contexto da obra, a contribuição de Remo Ceserani (2006) com relação aos procedimentos narrativos comuns ao fantástico. As reflexões sobre os aspectos sobrenaturais da narrativa conduzem à observação das marcas deixadas pela colonialidade na vida das protagonistas (Maldonado-Torres, 2018). Evidenciou-se, por fim, que a obra de Saavedra possui elementos que produzem o que consideramos como efeito fantástico, e, a partir de tais elementos, tornou-se possível reforçar o aspecto decolonial da narrativa, indicando a necessidade de retorno à origem como a única forma de constituição da própria identidade.

This work aimed to investigate the presence of elements from the fantastic, the uncanny, and the marvelous in the novel Com armas sonolentas, by Carola Saavedra. The analysis of these elements is divided into three chapters, according to the narrative's order, addressing aspects relating to Anna, Maike, and Avó. To do this, we started with the contributions by Tzevetan Todorov (2004) in search of a definition for fantastic, uncanny, and marvelous. Alongside, we evaluated Remo Ceserani’s (2006) input regarding narrative procedures common to the fantastic, in the context of the novel. The reflections on the narrative’s supernatural aspects lead to the observation of the marks left by the coloniality in the lives of the protagonists (Maldonado-Torres, 2018). Finally, it became evident that Saavedra’s work has elements that produce what we consider to be a fantastic effect, and, from such elements, it was possible to reinforce the decolonial aspect of the narrative, indicating the need to return to one’s origin as the only way of constituting one’s own identity.