Exposição isolada e combinada de partículas microplásticas de poliestireno e de metilmercúrio leva a alterações na arquitetura e cobertura de muco no cólon e ao aumento do dano oxidativo nos intestinos de ratos Wistar

Abstract

O crescimento das atividades industriais resulta na disseminação extensiva de poluentes ambientais, sendo os microplásticos (MPs) e o metilmercúrio (MeHg) poluentes emergentes e preocupantes nos últimos anos. Os MPs, principalmente o poliestireno (PS), encontram-se em ecossistemas aquáticos e terrestres, representando uma ameaça à saúde humana via ingestão de alimentos contaminados. A falta de estudos abrangentes sobre os efeitos biológicos, bioquímicos e fisiológicos desses poluentes é evidente, apesar de sua detecção em diversos ambientes e em amostras humanas. A poluição por MPs-PS recebe atenção considerável, representando um desafio ambiental significativo. Em ambientes marinhos, esses poluentes não apenas impactam diretamente a vida marinha, mas também funcionam como uma rota adicional para a contaminação por outros agentes nocivos, como pesticidas, microrganismos e por moléculas organometálicas. Para avaliar os danos causados por MPs e MeHg, quarenta e oito ratos Wistar foram divididos em quatro grupos, incluindo o grupo controle, exposição individual a MPs, exposição individual a MeHg e exposição conjunta. O estudo focou no dano oxidativo a biomoléculas, utilizando marcadores como TBARS para lipoperoxidação. Técnicas como E.L.I.S.A foram empregadas para avaliar níveis de moléculas de adesão, indicando inflamação. A análise histopatológica permitiu a avaliação da cobertura do muco intestinal. Os resultados destacam a importância de compreender os impactos desses poluentes, isoladamente e em conjunto, para abordar os desafios ambientais e de saúde associados à sua presença disseminada.

The growth of industrial activities has led to the extensive spread of environmental pollutants, with microplastics (MPs) and methylmercury (MeHg) being emerging and concerning pollutants in recent years. MPs, particularly polystyrene (PS), are found in aquatic and terrestrial ecosystems, posing a threat to human health through the ingestion of contaminated food. Despite their detection in various environments and human samples, there is a lack of comprehensive studies on the biological, biochemical, and physiological effects of these pollutants. Pollution by PS-containing MPs receives considerable attention, representing a significant environmental challenge. In marine environments, these pollutants not only directly impact marine life but also serve as an additional route for contamination by other harmful agents, such as pesticides, microorganisms, and organometallic molecules. To assess the damage caused by MPs and MeHg, forty-eight Wistar rats were divided into four groups, including the control group, individual exposure to MPs, individual exposure to MeHg, and joint exposure. The study focused on oxidative damage to biomolecules, using markers such as TBARS for lipid peroxidation. Techniques like E.L.I.S.A were employed to assess adhesion molecule levels, indicating inflammation. Histopathological analysis allowed the evaluation of intestinal mucus coverage. The results underscore the importance of understanding the impacts of these pollutants, both individually and in combination, to effectively address the environmental and health challenges associated with their widespread presence.