Avaliação histeroscópica de sequelas uterinas após medidas mecânicas para controle de sangramento puerperal

Abstract

Objetivos Principal: determinar a prevalência de alterações uterinas intracavitárias em pacientes submetidas à sutura hemostática de B-Lynch para manejo de hemorragia puerperal em partos cesáreos. Métodos Foi realizado um estudo de coorte prospectivo, no Serviço de Ginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período de março de 2022 a abril de 2023. Foram incluídas as pacientes que apresentaram hemorragia puerperal manejada com sutura uterina hemostática de B-Lynch. As pacientes foram submetidas à histeroscopia diagnóstica entre 60 dias e 1 ano após o nascimento. Os procedimentos foram realizados de forma ambulatorial, sem anestesia. Resultados Foram realizadas 14 histeroscopias. Todas as pacientes foram submetidas à sutura hemostática de B-Lynch por hemorragia puerperal. Onze das quartorze pacientes (78,6%) apresentaram achados anormais na histeroscopia. Em oito das histeroscopias realizadas foram identificadas sinéquias (57,1%). Em quatro das histeroscopias foram identificadas istmoceles (28,6%). Somente uma paciente apresentou ambos os achados. Em sete das oito pacientes que apresentaram sinéquias, estas foram identificadas na região cornual. Em uma das pacientes a sinéquia foi identificada no colo. Seis das quatorze pacientes referiram algum sintoma no dia da entrevista (42,9%). Dessas, quatro referiram dor suprapúbica eventual, não associada ao ciclo menstrual, e duas referiram sangramento menstrual irregular e dismenorreia. Das seis pacientes que referiram sintomas, cinco delas apresentaram achados na histeroscopia. Das oito pacientes assintomáticas, seis apresentaram achado anormal na histeroscopia (75%). Conclusões Identificamos uma alta prevalência de sinéquias uterinas e de outras alterações intracavitárias no grupo estudado.