Mortalidade em pacientes com HIV internados por COVID-19
Fecha
2024Tutor
Nivel académico
Especialización
Resumo
Introdução:A pandemia pelo COVID 19 assolou o Brasil e o mundo nos últimos anos. Objetivo de muitos estudos, a população com HIV esteve particularmente exposta neste período. Métodos: Nosso estudo objetivou estudar os desfechos clínicos e comparar a mortalidade por COVID entre portadores de HIV e pacientes sem HIV. Foi realizado um estudo de coorte unicêntrico. Dados foram obtidos por meio de análise retrospectiva de prontuários médicos. O desfecho primário foi mortalidade hospitalar. Além diss ...
Introdução:A pandemia pelo COVID 19 assolou o Brasil e o mundo nos últimos anos. Objetivo de muitos estudos, a população com HIV esteve particularmente exposta neste período. Métodos: Nosso estudo objetivou estudar os desfechos clínicos e comparar a mortalidade por COVID entre portadores de HIV e pacientes sem HIV. Foi realizado um estudo de coorte unicêntrico. Dados foram obtidos por meio de análise retrospectiva de prontuários médicos. O desfecho primário foi mortalidade hospitalar. Além disso, admissão em centro de tratamento intensivo (CTI), tempo de internação hospitalar e tempo de internação em CTI foram os desfechos secundários estudados. A comparação entre as características dos grupos e as proporções entre os desfechos foi realizada por meio do teste qui-quadrado para variáveis categóricas e teste t de Student ou teste U de Mann-Whitney para variáveis contínuas. Foi realizada uma regressão multivariada de Poisson com variâncias robustas para avaliar a associação entre pacientes HIV positivos e outros preditores no risco de mortalidade. Resultados: De 16 de março de 2020 a 30 de novembro de 2022, um total de 6.559 internações hospitalares por COVID-19 - confirmadas laboratorialmente - foram identificadas. Em comparação com pacientes HIV negativos, as pessoas vivendo com HIV (PVHIV) eram significativamente mais jovens (idade média de 48 vs. 58 anos, p<0,001) e apresentavam taxas mais altas de tuberculose (7,1% vs. 0,4%, p<0,000), diabetes (7,1% vs. 2,6%, p=0,003) e doença renal crônica (11,5% vs. 6,0%, p=0,016). Entre as PVHIV, a taxa de mortalidade foi ligeiramente inferior à dos pacientes não HIV, embora esta diferença não tenha sido estatisticamente significativa (19,5% vs 21,2% p= 0,658). A mediana do tempo de internação hospitalar foi significativamente maior para PVHIV em 25,0 dias (IQR 14,25 - 41,25), em comparação com 18,0 dias (IQR 10,0 - 31,0) para o grupo não-HIV (p=0,008). A despeito disso, admissões em CTI não apresentaram diferença estatística entre os grupos (35,4% vs 44,4%, p=0,056). Na análise de regressão multivariada, a presença de doença pulmonar obstrutiva crônica foi associada a uma diminuição do risco de mortalidade, com um RR de 0,52 (IC 95%: 0,35-0,77, p = 0,001). Conclusão: Em nosso estudo retrospectivo, pessoas vivendo com HIV não demonstraram uma maior taxa de mortalidade por COVID-19. No entanto, foram identificados diversos fatores independentemente associados ao risco de mortalidade por COVID-19 em pacientes hospitalizados, como idade avançada, sexo masculino, doença renal crônica e hepatopatia crônica. ...
Institución
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Clínica Médica.
Colecciones
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Ciencias de la Salud (1509)
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