Fontes infantis : uma análise das representações das crianças em telejornais locais do Grupo Globo no período de pandemia de COVID-19

Abstract

Esta pesquisa busca compreender como crianças foram representadas em telejornais locais do Grupo Globo, durante o período da pandemia de Covid-19. Para alcançar esse objetivo, foram selecionadas doze reportagens de diferentes temáticas no período de agosto de 2021 a março de 2022 que compuseram o corpus do trabalho. A partir da metodologia da Análise de Discurso (AD) francesa, foram identificadas oito Formações Discursivas (FD) presentes nas matérias analisadas: 1) Criança fragilizada, 2) Criança corajosa, 3) Criança que brinca, 4) Criança tecnológica, 5) Criança sob tutela, 6) Criança desprotegida, 7) Criança sem legitimidade, e 8) Criança sem identidade. A partir do resultado da pesquisa, é possível afirmar que as crianças têm pouco tempo concedido para suas falas e persiste uma falta de preparo do jornalista para entrevista-las. Diante das análises das FDs, a criança é representada como um sujeito vulnerável, mas, ao mesmo tempo, corajoso, que deve ter sempre um adulto por perto que a gerencie. É também representada como uma criança com a presença da tecnologia em sua infância e também como um sujeito com pouca maturidade para desenvolver uma conversa interessante. Realizada a análise, é possível concluir que as oito FDs encontradas podem ser separadas em dois grandes eixos de sentido, sendo um o eixo que representa a criança que é considerada cidadã e o outro, em que a criança não é considerada cidadã.

This research seeks to understand how children were represented in local TV news programs of the Globo Group during the Covid-19 pandemic. In order to achieve this goal, twelve reports on different themes were selected from August 2021 to March 2022, which made up the corpus of the work. Using the French Discourse Analysis (DA) methodology, eight Discursive Formations (DF) were identified in the articles analyzed: 1) Fragile child, 2) Courageous child, 3) Child who plays, 4) Technological child, 5) Child under guardianship, 6) Unprotected child, 7) Child without legitimacy, and 8) Child without identity. Based on the results of the research, it is possible to state that children are given little time to speak and that journalists are still ill-prepared to interview them. Based on the analysis of the DFs, the child is represented as a vulnerable subject, but at the same time brave, who must always have an adult around to manage them. They are also represented as a child with the presence of technology in their childhood and also as a subject with little maturity to develop an interesting conversation. Once the analysis has been carried out, it is possible to conclude that the eight DFs found can be separated into two main axes of meaning, one axis representing the child who is considered a citizen and the other, in which the child is not considered a citizen.