Jornalismo e neurodiversidade : os sentidos produzidos pelo discurso jornalístico do portal G1 sobre o transtorno bipolar

Abstract

O objetivo geral deste trabalho é o de compreender os sentidos que o jornalismo constrói acerca da neurodiversidade, a partir de seu discurso sobre transtorno bipolar, buscando identificar os sentidos construídos a respeito do tema. A pesquisa tem como metodologia a análise do discurso. objetivos específicos temos: a) Discutir a relação entre jornalismo e neurodiversidade; b) Analisar a maneira como o transtorno bipolar é abordado no jornalismo especializado em saúde e abaixo de outras editorias; c) Identificar se o discurso do jornalismo, dentro do recorte realizado, corrobora para uma visão estigmatizante acerca da saúde mental ou para a construção de novos significados que promovem a cidadania para pessoas neurodivergentes. A partir da análise do corpus, composto por 36 matérias publicadas entre 2013 e 2023, são identificadas, ao todo, 118 sequências discursivas, que, agrupadas, formam quatro formações discursivas: Patologizante, Estigmatizante, Neurodiversidade e Romantização. Conclui-se, com base nos dados, que a visão predominante do jornal acerca das formações discursivas é de oposição aos sentidos evocados da Neurodiversidade.

The overall aim of this study is to comprehend the meanings that journalism constructs about neurodiversity through its discourse on bipolar disorder, seeking to identify the constructed meanings regarding the subject. The research employs discourse analysis as its methodology. The specific objectives are as follows: a) Discuss the relationship between journalism and neurodiversity; b) Analyze how bipolar disorder is addressed in health-focused journalism and other editorial sections; c) Identify whether the journalism discourse, within the conducted scope, contributes to a stigmatizing view of mental health or to the construction of new meanings that promote citizenship for neurodivergent individuals. Based on the analysis of the corpus, comprising 36 articles published between 2013 and 2023, a total of 118 discursive sequences are identified, which, when grouped, form four discursive formations: Pathologizing, Stigmatizing, Neurodiversity, and Romanticizing. It is concluded, based on the data, that the predominant view of the newspaper regarding these discursive formations is in opposition to the evoked meanings of Neurodiversity.