A relação da precarização do trabalho com a saúde mental de trabalhadores adultos maduros e idosos durante a pandemia de COVID-19

Abstract

Este estudo visa analisar os possíveis fatores de risco para o adoecimento mental no ambiente laboral entre trabalhadores maduros e idosos durante o período de pandemia do covid-19. Para tanto, foi utilizado um questionário on-line, composto por itens e questões sociodemográficas e de condições laborais, e a Self Report Questionnaire 20 (SRQ-20) em uma amostra de 253 pessoas. O somatório de respostas positivas indica se o participante está sofrendo com Distúrbio Psiquiátrico Menor (DPM), para isto foi utilizado um ponto de corte de 7 pontos como já estabelecido na literatura. Foi realizada uma regressão logística binária, com método forward, e observou-se que as mulheres apresentam 429% a mais de risco de ter DPM do que os homens. A renda foi um fator de impacto no sofrimento psíquico dos participantes, visto que, quanto maior a renda, menor o risco (46,5%) de ter DPM. Assim como receber auxílio emergencial apresentou 311% mais risco de DPM. O número de horas trabalhadas durante o início da pandemia também apresentou mais chance de distúrbio psíquico, com 12% a mais de risco. Portanto, o estudo encontrou um perfil de maior vulnerabilidade para incidência de distúrbios psiquiátricos menores: ser mulher, ter baixa renda, ter recebido auxílio emergencial e ter trabalhado mais horas no início da pandemia.

This study aims to analyze the possible risk factors for mental illness in the work environment among mature and elderly workers during the covid-19 pandemic period. For this purpose, an online questionnaire was used, consisting of sociodemographic and working conditions items and questions, and the Self Report Questionnaire 20 (SRQ-20) in a sample of 253 people. The sum of positive responses indicates whether the participant is suffering from Minor Psychiatric Disorder (MPD), for which a cutoff point of 7 points was used, as established in the literature. A binary logistic regression, with the forward method, was performed and it was observed that women have 429% more risk of having MPD than men. Income was an impact factor on the participants' psychological distress, as the higher the income, the lower the risk (46.5%) of having MPD. As well as receiving emergency aid, it presented 311% more risk of MPD. The number of hours worked during the onset of the pandemic was also more likely to have a mental disorder, with 12% more risk. Therefore, the study found a profile of greater vulnerability to the incidence of minor psychiatric disorders: being a woman, having low income, having received emergency assistance and having worked longer hours at the beginning of the pandemic.