Vídeos educacionais em Geografia : possibilidades para ensinar e aprender Geografia e navegar no (ciber)espaço

Abstract

O ciberespaço, na atualidade, parece essencial à vida. Os jovens em idade escolar participam, produzem e transformam a (ciber)cultura. As tecnologias estabelecem novas possibilidades de ensino e aprendizagem, onde se inserem os vídeos educacionais em Geografia. Os jovens assistem aos vídeos em seu tempo livre, talvez sequer percebendo que estão aprendendo uma temática que aparece naquele que entendemos como o palco por excelência da aprendizagem: a escola. Entretanto, enquanto a aprendizagem passa a ser potencialmente ubíqua, surgem enormes perigos ao navegar no ciberespaço: há uma nova lógica de acumulação em jogo, uma nova faceta do capitalismo, o Capitalismo de Vigilância. Deixamos rastros ao navegar no ciberespaço e no espaço físico e as empresas intencionalmente buscam modificar nosso comportamento. Neste sentido, possuem certo controle no que podemos aprender no ciberespaço, à medida que selecionam, através dos algoritmos alimentados por múltiplos dados, aquilo que o usuário acessa. Sendo o ciberespaço, atualmente, uma espacialidade tão fundamental aos sujeitos, emerge a necessidade de um olhar crítico à sua complexidade, possível de ser constituído de um amplo conjunto de ações, inclusive escolares. Diante deste contexto, estabelecemos nossa pergunta de pesquisa: como os vídeos educacionais em Geografia, aqui também chamados de vídeos geográficos, podem possibilitar o ensino e a aprendizagem de Geografia e um navegar no ciberespaço com maior atenção ao uso das diferentes linguagens? Para buscar responder provisoriamente à pergunta, a pesquisa tem como objetivo geral compreender como os vídeos educacionais em Geografia podem auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de Geografia, como recurso didático e como técnica de comunicação. Para atingir o objetivo geral, a pesquisa, inicialmente, visa discutir as relações entre a Economia da Atenção, o Capitalismo de Vigilância e o ensino e aprendizagem de Geografia em um contexto de aprendizagem ubíqua. Olhando diretamente para a sala de aula, com a intencionalidade de desenvolver o raciocínio geográfico, refletir e praticar o que também ensinamos além de Geografia, também é objetivo do trabalho construir uma proposta pedagógica de produção de vídeos educacionais em Geografia por estudantes de Ensino Médio. Colocando em prática, o último objetivo e momento de nossa pesquisa é aplicar e avaliar a proposta pedagógica de produção de vídeos geográficos por estudantes de Ensino Médio em uma escola pública estadual. O método que nos guia, a bússola para trilharmos esse caminho, é o Paradigma da Complexidade, sustentando nossa leitura para compreender provisoriamente o espaço e nossa prática docente. Para enfrentar as incertezas deste mundo, enxergamos na Pesquisa Qualitativa uma possibilidade, onde a aproximação à pesquisa-ação se faz potente para um professor-pesquisador. Pretendemos, assim, colaborar com novos olhares sobre o ensino e a aprendizagem de Geografia para navegarmos mais criticamente neste (ciber)espaço tão complexo.

In contemporary times, cyberspace seems essential to life. School-age youth participate in, produce, and transform (cyber)culture. Technologies establish new possibilities for teaching and learning, incorporating educational videos in Geography. Young individuals watch these videos in their free time, perhaps not even realizing that they are learning about a topic that appears in what we understand as the quintessential stage of learning: school. However, while learning becomes potentially ubiquitous, significant dangers arise when navigating cyberspace: a logic of accumulation comes into play, a new facet of capitalism known as Surveillance Capitalism. We leave traces while navigating both cyberspace and physical space, and companies intentionally seek to modify our behavior. In this sense, they possess a certain level of control over what we can learn in cyberspace, as they select, through algorithms fueled by multiple data points, what the user accesses. Given that cyberspace is currently a space so crucial to individuals, there emerges a need for a critical perspective on its complexity, one that can be developed through a wide array of actions, including those within educational settings. Within this context, we pose our research question: How can educational videos in Geography facilitate teaching and learning Geography, as well as navigating cyberspace with greater attention to the use of different languages? In an attempt to provisionally answer this question, our research aims to comprehensively understand how educational videos in Geography, also called geographic videos, assist and can further assist in the process of teaching and learning Geography, functioning as didactic resources and communication techniques. To achieve this overarching goal, our research initially delves into discussing the relationships between the Attention Economy, Surveillance Capitalism, and the teaching and learning of Geography within a context of ubiquitous learning. Focusing directly on the classroom, with the intention of fostering geographical reasoning, reflection, and practice, our work's objective is to construct a pedagogical proposal for producing educational videos in Geography by high school students. In practice, the final objective and stage of our research involve implementing and evaluating the pedagogical proposal for producing educational videos in Geography by high school students at a public state school. Guiding us along this path is the Complexity Paradigm, which sustains our provisional comprehesion and interpretation of and our teaching practice. To confront the uncertainties of this world, we see the potential in Qualitative Research, where an approach to action research becomes powerful for a teacher-researcher. In this way, we intend to contribute fresh perspectives on the teaching and learning of Geography, in order to navigate more critically within this intricate (cyber)space.